Crítica - As Tartarugas Ninja

Divulgação: Paramount Pictures. 

FICHA TÉCNICA:

Direção: Jonathan Liebesman.
Produção: Michael Bay, Andrew Form, Bradley Fuller.
Gênero: Ação, Comédia, Ficção Científica.
Duração: 101 min.
Ano de lançamento: 2014
Elenco: Megan Fox, Will Arnett, William Fichtner, Woopy Goldberg, Alan Ritchson.
Distribuição: Paramount Pcitures.
Baseado em: Tartarugas Ninja de Kevin Eastman e Peter Laird.

Em uma tarde "livre" de sábado, finalmente pude criar coragem e disposição para conferir este longa, sendo que poderia ter escrito esta review no ano passado caso eu não fosse barrado por uma sensação chamada relutância - levando em conta outros fatores que aqui não se encaixam. Bem, primeiramente, eu devo admitir que amo o universo desse quarteto, são personagens que fizeram parte de períodos distintos da minha infância. Não, não peguei a época em que a primeira série animada foi exibida, para ser mais preciso o meu primeiro contato com as tartarugas pode-se resumir em olhadas rápidas em cenas de algum filme da cinessérie dos anos 90 - exibido na Sessão da Tarde na época - que possuía uma pegada mais cômica, descompromissada e meio trash - impossível não lembrar do engraçado crossover daquelas tartarugas com os Power Rangers no Espaço na época em que a série The Next Mutation foi exibida (1998 - 1999), mas não me prolongarei muito a respeito.

Em seguida, fui passando pela nostálgica (pelo menos para mim) série animada de 2003 veiculada na extinta TV Globinho em meados dos anos 2000. A experiência com este recente filme me fez reaver a vontade de reprisar esse desenho, ao meu ver tão caído no esquecimento. A última experiência antes de assistir ao filme foi com a (ótima) série animada em CG da Nickelodeon estreada em 2012.

Michael Bay estando envolvido na produção do longa realmente foi preocupante, vide a equivocada franquia Transformers, que derrapou em termos de qualidade de enredo logo em seu segundo filme, sendo este um dos principais motivos para meu receio e este "pequeno" atraso quanto à esta crítica. Nem vou argumentar quanto à escolha de Megan Fox para o papel de April O' Neil, apenas encarei em silêncio sua forçada atuação - em boa parte das cenas. Ela se destacou no longa de uma maneira negativamente injusta, criando uma sensação incômoda de ofuscação em relação aos verdadeiros protagonistas. Partimos para outro destaque: O visual das tartarugas. Bastante ousado, de fato. No entanto, a produção meio que exagerou na quantidade de itens e acessórios que me pareceram desnecessários, gratuitamente adicionados ao figurino para esbanjar o ar cool dos mutantes - que até funcionou, mas não minimiza o problema citado. Citando como exemplo: os óculos de Raphael.

Ainda sobre o visual, a aparência mais adulta das tartarugas, a fim de proporcionar uma visão do que elas realmente são empolgou na maioria das cenas. Se não me engano, nas histórias em quadrinhos - a fonte de onde os personagens são oriundos - o tom era mais sombrio e as tramas mais violentas. A produção deveria ter sido ousada o bastante para seguir tal direção? Não necessariamente. Acredito que bastaria um equilíbrio eficiente entre drama, comédia e ação. Algo que, infelizmente, se fez ausente em todos 101 minutos deste primeiro filme de uma franquia que não parece ter um destino próspero quanto à roteiros convincentes.

Ecos de Transformers predominaram nos tempos de tela dados ao Destruidor, o temível e principal arqui-inimigo do quarteto ninja. Aqui aponto mais um exagero desnecessário da produção: O traje do Destruidor remete muito ao que conhecemos dos visuais dos Decepticons, especialmente de Megatron, o grande inimigo dos Autobots. Não precisavam abusar tanto dos efeitos especiais para modificar algo que poderia ter sido facilmente apresentado com um visual mais condizente ao que o vilão é nas outras mídias. Atitude adotada para tornar tudo mais explosivo e barulhento, como se inflar o roteiro com efeitos especiais grandiloquentes fosse obrigação para torna-lo interessante.

Toda a mitologia das Tartarugas sofreu algumas modificações, como, por exemplo, April estar diretamente ligada ao evento relacionado ao mutagênico - no qual seu pai estava trabalhando -, responsável por transformar suas tartarugas de estimação em seres humanoides com características distintas. Risível ela ter dado os nomes ao seus antigos bichinhos e se lembrar de ter o feito apenas ao reencontra-los quando já possuía "provas" das quais ninguém que conhecia acreditava (destaque para Woopy Goldberg, cujo tempo de tela foi injusto). Tamanha aproximação pode ter sido um artifício inteligente para torna-la também protagonista, mas ofuscar o brilho das Tartarugas foi a gota d'água.

Com todas as características mantidas, os heróis saíram-se bem ao combater a ameaça que o mutagênico representava à cidade, embora a duração do filme tenha prejudicado as chances de desenvolvimentos mais profundos de cada um deles. Tudo foi sendo apresentado de modo bastante acelerado. Quase uma hora e meia foi um equívoco para um filme de origem. Tudo bem, não tão origem assim. Os flashbacks apresentando as Tartarugas mais jovens passaram velozes na tela, acho que não duraram nem trinta segundos direito - deu para rir um pouco com Michelangelo divertindo-se ao ver uma parte do clipe de "Hollaback Girl" da cantora Gwen Stefani em uma TV, experimentando, junto de seus irmãos, alguns dos pontos divertidos do mundo externo.

Mestre Splinter e toda sua severidade quanto aos desafiadores treinamentos foi um dos momentos mais aproveitáveis. Porém, se junta ao grupo de personagens com menor tempo de tela.

E o que dizer da cena do elevador? Divertidíssima. A mais criativa e funcional de todo o filme, mesmo que curta.

Pretendo conferir sua sequência, lançada em Junho deste ano, intitulada Fora das Sombras (Out of Shadows, no original).

Considerações finais:

Uma versão com um clima mais "alto-astral" combinado aos visuais ousados e exagerados das Tartarugas que cairiam melhor em um produção mais adulta, mas apropriada ao que eles devem passar aos humanos. Diverte em algumas cenas, mas nada parece ser aproveitado com mais intensidade devido ao ritmo acelerado do enredo. No entanto, o resultado final soou mais como uma fusão entre a obra de Eastman e Laird com Transformers por conta do tom e das frenéticas - algumas até confusas - cenas de ação, meio que uma tentativa de emular o sucesso da franquia dos robozões, surrupiando conceitos que tornam a supracitada cinessérie num verdadeiro desfilar de efeitos especiais poluentes e abusados. Assim, a nova franquia cinematográfica das Tartarugas Ninja corre este lamentável risco de repetir os mesmos erros que sua "musa inspiradora".

Veria de novo? Provavelmente sim. 


NOTA: 7,5 - BOM






*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e fio usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos ou intenções relativas a ferir direitos autorais. 

*Fonte da imagem: filmesserieshd.com

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