Crítica - Mune: O Guardião da Lua


A importância do equilíbrio natural de forças.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Mais uma animação de produção francesa resenhada aqui no blog, esta, por sinal, com um tom infanto-juvenil que pincela uma trama de caráter mitológico abordando as relações de dois dos opostos principais na constituição do universo. Como a própria sinopse diz, trata-se de um mundo imaginário, o que afirma bastante a respeito do mundo retratado, o qual não tem humanos residindo nele, são apenas seres fantásticos divididos mas nem por isso antagonizados. A história centraliza Mune, um jovem e inseguro fauno que é eleito o novo guardião da lua por acidente paralelamente à cerimônia de nomeação do novo guardião do sol, o tonificado e prepotente Sohone (que não gostou nada da escolha) através de um "rito" que todo candidato passa que é ser escolhido pela ovelha lunar. Mas é claro que esses cargos atraem olhares ambiciosos e vis.

Uma dessas almas sebosas com olho de sapo é Leeyoon, um aspirante a guardião da lua que se frustra pelo acaso de Mune ter ocupado a importante função. Porém, não passa do papel secundário como vilão. A grande ameaça aos equilíbrio do dia e da noite é Necross, um ex-guardião do sol que fora tomado pela maldade, por meio de serpentes manipuladoras (referência bíblica?), e corrompeu-se decaindo nas profundezas do mundo e assim transformando-se numa criatura de aspecto vulcânico que planeja roubar o sol. O que ele consegue sem nenhum esforço mandando seus minions para a tarefa. Mune representa uma figura clichê do protagonista a princípio incapaz, mas que ao longo do processo de aprendizado com as adversidades vai ganhando experiência e mais confiança em si mesmo, uma trajetória previsível e, contudo, impossível de tornar diferente, então é óbvio que o pequeno fauno não iria terminar o filme sem finalmente ter seu valor reconhecido e comprovado. Para elevar o clima de "os opostos se atraem", temos Glim, a garota do povo solar, que é o crush do Mune.

As particularidades desse estranho mundo são muito criativamente bem dispostas e apresentadas e não perde tempo com introduções arrastadas, gostei desse ritmo objetivo de estabelecer o conflito principal e como ele vai progredindo até que as coisas alcancem um pico mais grave a partir do roubo do sol e do definhamento da lua por conta da péssima gestão de Leeyhoon que na base da trapaça e da enganação, somado à persuasão das serpentes enviadas por Necross, puxou o tapete do Mune que também não exercia muita competência, montando naquele templo em forma de um camelo ou lhama (?) bicuda, por razão óbvia. No mais, o roteiro aposta na estrutura do planejamento do vilão, o triunfo dele e, por fim, a sua derrota, o que funciona dentro das limitações da trama. Falando em limitações, realmente esperava uma qualidade de animação com mais primazia na composição visual. Interessante que o longa, em determinados instantes, altera o estilo de animação para um 2D mais "rabiscado", com total destaque à sequência em que Mune confronta Necross e o cura com seus poderes aparentemente recém-dominados. Phospho, o antigo guardião da lua, tem papel fundamental e de extrema relevância para que o trio Mune, Sohone e Glim consigam recuperar o sol e o sacrifício do ex-guardião para salvar Sohone das serpentes que aproveitaram-se do seu fervor inerente foi um dos atos que incutiu um certo drama, afinal estamos falando de um suicídio para uma boa causa. Mas como o assunto aqui é animação infanto-juvenil, o previsível é glorificado.

Considerações finais:

Mune: O Guardião da Lua pode não dispor de sofisticação técnica, mas pelo menos entrega um produto satisfatório sem exigir demais do próprio roteiro, nem uma complexidade forçada para reflexões. Ele coloca bem organizadas duas metades de um mesmo universo explorando cada qualidade e imperfeição, não permitindo que o protogonista fique tão central a ponto de ser privilegiado apenas por ser aquele que deve completar sua jornada para crescimento individual.

PS1: Muita tensão na cena em que Glim derrete para aquecer o sol. Deu pena do Mune ao vê-la igual uma vela derretida. Nem imaginava que ela fosse ressuscitar com o pedacinho da nova lua criada e da luz solar recuperada...

PS2: No momento que Xolal diz "Oh Sol!" automaticamente completei na mente "vê se me esquece e me ilumina".

PS3: Não tem personagens marcantes, mas ao menos um roteiro bem amarradinho, agradável e simples compensa.

NOTA: 8,0 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.

*Imagem retirada de: https://talismafilmes.com.br/movies/mune-o-guardiao-da-lua/

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