Nem tudo é o que parece #3


No dia do aniversário da minha sobrinha, minha irmã havia contratado um grupo de animadores de festa. De início, eu não havia concordado com tal ideia, afinal, ninguém poderia garantir que esses grupos trariam segurança para as crianças, ou anima-las o suficiente. No dia em questão, ela estava bastante animada, dançando com as outras crianças, enfim, despreocupada, assim como minha irmã, que parecia mais empolgada com a chegada da turma. De repente, quase na metade da festa, a campainha tocou.

Eu, com bastante raiva e preguiça, fui abrir a droga da porta. Já não suportava mais a insistência do ser que estava do outro lado. Sim, digo isso porque só veio apenas um animador. Estranhei muito, inicialmente, eu não entendia como um animador de aniversário poderia se vestir daquela forma. Ele vestia uma fantasia de coelho, um pouco suja e aparentava ser bem velha também. Eu apenas disse um frio "Seja bem-vindo", e, assim que entrou, fechei a porta com força.

As crianças pararam por uns minutos de brincar depois que vislumbraram a figura do "coelho gigante". Ficaram um pouco assustadas, claro. Ele sequer falava, apenas fazia gestos estranhos e peripécias, tais como cambalhotas, malabarismos e outras bobagens que impressionava qualquer inocente criança.

Era para eu estar em outro lugar, mas minha irmã insistiu para que eu fizesse companhia ao "animador" enquanto acontecia o show de mágica. Tinha a sensação de que ele me observava enquanto eu assistia àquela merda. Após tudo aquilo ter terminado, ele meio que me puxou pelo braço, só que suavemente. Tive que acompanha-lo, até pensei besteira sobre tamanha delicadeza.

Fomos até um campinho, que ficava próximo ao quintal. Pelos gestos, especulei que ele fosse mudo, e logo notei que ele estava me pedindo para tirar a cabeça da fantasia. E assim o fiz.

Até hoje não consigo entender, pois... não havia ninguém dentro daquela fantasia! 

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Em uma noite de uma sexta-feira qualquer, voltei um pouco tarde do trabalho, era por volta das 00:30. Apesar de cansado, senti um desejo imenso de estar na cama com minha esposa para um casual sexo. Deixei minha maleta no sofá, acendi as luzes, tanto da sala quanto da cozinha, e olhei em todos os cômodos. Lamentei por não ter a visto, mas depois percebi a luz do banheiro acesa e a porta entreaberta.

Bem, não quis perturba-la e esperei ela terminar suas "necessidades" me preparando para uma noite inesquecível no nosso quarto. Deitei e a esperei por cerca de 1 hora e nada. Somado à exaustão, veio o sono, inevitavelmente me vencendo.

Durante toda a madrugada fui entorpecido por sussurros excêntricos, gemidos inquietantes e mãos me acariciando em todas as partes. Ela parecia estar selvagem com sua libido exagerada... foi uma noite bastante prazerosa, devo admitir.

No dia seguinte, após acordar, estranhamente ela havia levantado cedo. Assim que terminei de escovar os dentes, vi ela acordando no sofá. Não pude deixar de perguntar.

- Amor... p-por que foi dormir no sofá? Tivemos uma noite tão boa.

Coçando os olhos, ela me disse:

- Como assim? Ah sim, acho que eu esqueci de avisa-lo. Eu havia ficado fora a noite toda e só cheguei há 30 minutos atrás. 

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Eu estava estudando para uma prova, no maior silêncio, quando, de repente, comecei a ouvir gritos, choros e vozes estridentes. Ignorei de início, pensei ter sido as crianças brincando lá fora. Voltei a focar nos livros, relaxadamente deitada na cama. Até que veio a segunda leva dos gritos, choros e vozes. Aquilo começou a me irritar e fui até a janela pra ver o que era. Nenhuma criança na rua.

Passadas algumas horas, os barulhos amenizaram um pouco. Aliás, não eram exatamente crianças, mas sim... de adultos e até idosos.

Saí pra fora e ver de onde vinham aquelas vozes. Olhei para todos os lados, até que finalmente pude ver a origem daqueles sons. A casa do vizinho da esquerda. Não os conhecia, até porque era minha primeira noite naquele bairro após eu me mudar.

As vozes tinham a mesma frequência sonora, e não se alteravam, o que derrubou minha teoria de que ocorria uma briga.

Uma garota passava de bicicleta na calçada, ela fazia parte da vizinhança. Pensei que ela teria uma informação útil sobre aquilo e perguntei.

- Err... você sabe me dizer o que tanto acontece nessa casa? Essas vozes, gritos... eu tô começando a ficar meio assustada. Sabe me dizer o porque?

- Bem... na verdade você não foi a única. Sempre que passo aqui também ouço. A verdade é que não há ninguém aí, pois... os antigos moradores dessa casa morreram há 30 anos atrás. 

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Certa noite, eu acordei assustado e presenciei meu cachorro latindo para os arbustos. Abri a janela e o mandei parar. Tentei restaurar meu sono, mas uma dúvida me impediu. Sempre me perguntava por que os cães latiam para o nada algumas vezes. Ninguém encontrava uma explicação, nem mesmo meus pais sabiam responder.

Durante uma semana isto perdurou. Já estava pensando em doa-lo ao vizinho, estava saturado de tanto estresse que isso me causava. Passaram-se semanas, meses e ele sempre, todas as noites, somente às madrugadas, por volta das 03:00 da manhã, latia para os arbustos.

Não ligava mais pra isso, até que algo mudou e tudo aquilo começava a ficar estranho demais. Obviamente, meu cão tinha algum problema, mas não tinha dinheiro para um adestrador, se é que adestradores tratam casos como esse.

Em uma manhã, após tomar meu café, ele entrou na cozinha latindo, como nas manhãs anteriores - não eram mais durante as noites.

Só depois de muito tempo, já em outra manhã, eu havia percebido que ele não estava latindo pra mim, mas sim para o que estava atrás de mim! 

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Meu filho, Thomas, estava bastante entusiasmado para entrar em um grupo teatral, e o matriculei em uma escola de artes cênicas para crianças de 8 à 11 anos. Eu parecia mais animada do que ele, em certos momentos, até que chegou o grande dia do primeiro ensaio. O professor comportava-se de maneira meio extravagante e, por vezes, demonstrando certo interesse em mim, mas isto não vêm ao caso.

Nesse primeiro dia, o apresentei meu filho, que também o achou estranho pelo modo como se vestia: uma máscara branca, um olhar meio triste e um sorriso curto, mas de um aspecto aterrador.

- Mamãe, me deseje boa sorte. Quero que se orgulhe de mim. - disse Thomas, antes de entrar no palco.

- Sim filho, boa sorte. Vou ficar torcendo por você. Se já estou nervosa assim por um único ensaio, imagine na sua primeira peça. - disse eu, contagiada pela empolgação do meu filho.

O professor o conduziu até o local de ensaio, mas antes se virou para mim e me dizer algo.

- Seu filho nunca mais será o mesmo quando terminamos. Um futuro brilhante ator sairá desta porta.

- Assim espero. - disse eu, assentindo positivamente com a cabeça.

Fiquei esperando sentada em uma cadeira, próxima à porta. Nesse período, ouvi muitas risadas de crianças, até gritos meio tímidos, e senti um forte cheiro de fumaça, além de ruídos muito estranhos.
"O que está havendo ali, afinal?", pensei comigo mesma. No final, todas as crianças saíram caladas e com posturas completamente iguais em direção aos seus pais, o que era atípico, deveriam estar eufóricas.

Thomas foi o último a sair. Da mesma forma como saíram as outras, ele também veio à mim de maneira que eu desconhecia. Assim como as outras crianças, estava com o rosto pintado de branco e a boca pintada de vermelho.

- E então Thomas, se divertiu bastante?

Foi então que ele se virou pra mim e me respondeu, com uma voz distorcida e não-humana:

- Quem é Thomas? 



FIM... por enquanto! 

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