Representatividade deveria ser critério para avaliação crítica?


Na terça passada me deparei com uma notícia no site Legião dos Heróis (notícias sobre filmes, HQs, animes, games e notícias que não precisam ser notícias) onde é anunciado que o Rotten Tomatoes, renomado site de críticas cinematográficas, amado por uns e detestado por outros, resolveu oferecer um espaço maior às minorias no que diz respeito à quantidade de avaliações críticas para que a coisa toda fique mais diversificada e inclusiva. Assuntos como inclusão e diversidade na indústria do cinema não serão amplamente abordados aqui nesse texto. Meu objetivo é sintetizar meu ponto de vista em relação à questão a partir do que senti ao ler uma certa declaração contida na notícia. O comentário que me deixou meio embasbacado foi o da atriz Brie Larson (a Capitã Marvel).

É uma pauta complexa e não quero me prolongar em demasia. Abaixo a transcrição da pérola soltada em junho do ano passado (de acordo com a LH):

"Eu não preciso de um cara branco de 40 anos me dizendo o que não funcionou para ele sobre 'Uma Dobra no Tempo'. O filme não foi feito pra ele."

Não dá nem pra acreditar nessa tamanha asneira que ela falou. Ela, por sinal, já reclamou da diversidade desvalorizada em referência à protagonistas de etnias diferentes. Quanto ao filme que ela mencionou, eu nada posso opinar (meme da Glória Pires hahaha) pois não o assisti e muito provavelmente nunca irei, não pelas críticas negativas que o mesmo recebeu bombardeadamente, mas por causa do desinteresse básico que tenho pela produção em si e isso acontece, nada de estranho. Vamos lá compreender: Então pela lógica que ela deixa nas entrelinhas, um filme protagonizado por cães que agem e falam como serem humanos só pode ser avaliado por cães (ou veterinários). Tudo bem, agora o exemplo sério: Um filme composto por atores afro-descendentes não pode ser avaliado por um cara caucasiano (como eu) pois não foi feito pra ele em decorrência do elenco ser majoritariamente negro? Comentários infelizes como esse da futura Capitã Marvel (já é uma decepção antecipada ver que a intérprete da personagem abriu a boca para falar essa merda e consequentemente cai uns pontos no conceito pelo teor de lacração pura dessa declaração) só nitidizam aquilo que vejo sempre sendo repetido por aí: O mundo está ficando politicamente correto, ou seja, CHATO. Querem politizar tudo hoje em dia. Não posso assistir um filme estrelado por um ator negro porque não sou negro ou um filme de um ator asiático porque não tenho olhos puxados.

O Rotten Tomatoes como medida para oferecer voz ativa às minorias dará a permissão de podcasts e não mais tradicionalmente em texto. Que sejam ao menos bem qualificados. E filme nenhum deve ser medido e julgado única e exclusivamente pela sua representatividade. Produção cinemática deve ser, estritamente, avaliada com base nos devidos quesitos técnicos comuns, como cenografia, efeitos visuais, atuações, montagem, trilha sonora e etc. É de ficar revoltado, não escondo minha indignação quando vejo opiniões dessa natureza como a da Brie Larson que transparece um pouco do pensamento dessa gente apoiadora do politicamente correto e da "justiça social" (justiça pelo quê, afinal?) metidos a defensores dos "fracos e oprimidos" e que pagam de moralistas, além de quererem regular os gostos e opiniões alheias com base nas suas concepções deturpadas. Cinema, acima de tudo, é uma arte enviesada ao entretenimento e agora, ao que aparenta, querem desvirtuar esse conceito como forma de transformar a experiência em algo que agrade aos grupos que eles dizem lutar em prol na intenção limitadora ao gosto de pessoas que não concordam com essas ideias.

Faz parecer que as minorias anseiam por um lugar ao sol ao mesmo tempo que, contudo, diminuam o valor do lado "opressor". Não vejo filmes somente para me sentir respeitado e/ou representado, mas simplesmente para me entreter. Claro que a representatividade tem a sua função positiva, só que a coisa muda de figura ao chegar no ponto de que a ideia da representatividade em si possa cercear a liberdade de expressão de quem não é parte da minoria. Esse é o lado podre da história. Que igualdade é essa pela qual lutam? A única conclusão a se chegar em relação à essa bosta que tentam empurrar fundo goela abaixo é que felizes foram as gerações passadas em tempos onde o cinema era feito somente para o mais puro divertimento e infortunadas são as futuras pela sétima arte aparentemente estar prestes a ser reduzida a uma bolha suja e apertada chamada politicamente correto cujos seguidores são adeptos da linguagem infame conhecida como hipocrisia. Portanto, Brie Larson podia ter ficado de bico calado e olha que macho escroto e misógino estou sendo.

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://www.jornalemfoco.com.br/o-sequestro-da-representatividade/

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