Capuz Vermelho #13: "Bem-vinda ao desconhecido"


                                                                      INÍCIO 2ª TEMPORADA


CAPÍTULO 13: BEM-VINDA AO DESCONHECIDO

- Onde eu estou? Por que estou aqui? Quem sou eu?

Dúvidas amargas soavam como agulhas perfurando a mente de Rosie, tão fragilizada e limitada de lembranças. Não lhe restou mais nada a não ser debulhar-se em lágrimas no meio daquela floresta. A jovem baixou sua cabeça fazendo-a ir de encontro ao solo arejado e repleto de pequenas folhas secas, mantendo-se ajoelhada. Seus soluços eram os únicos sons audíveis, ecoando por todas as redondezas.

Uma luz enfraquecida, mas perceptível, chamara a sua atenção, fazendo com que rapidamente se erguesse novamente. De dentro da claridade surgia um ser estranho e magro. A jovem enxugara suas lágrimas e levantou-se para recuar alguns passos, fitando a criatura.

- Fique longe... fique longe de mim, por favor! - pedia Rosie, se afastando com uma clara expressão de medo.

- Não temas. - disse a criatura com uma voz cavernosa, estendendo seu fino braço, deixando a luz atrás dela se esvair aos poucos.

- Quem é você? - perguntou Rosie.

- Aquele que guiará você até seu destino.

Após a luz finalmente ter desaparecido, a aparência do tal ser pôde ser vista com mais clareza. Flutuando no ar, o estranho possuía um tom de pele marrom meio claro, cicatrizes costuradas em todo o seu corpo franzino, principalmente em seu "rosto". Não havia boca ou olhos, apenas uma face coberta por longas cicatrizes.
Suas mãos exibiam unhas alongadas e quebradiças, e seu corpo apresentava saliências bizarras, não tendo como saber se eram ossos ou outra coisa.

- Como assim? Quero que seja mais claro! Por que estou aqui? Como cheguei até aqui? Quem sou eu? - insistia a jovem expressando suas maiores dúvidas.

- Você nasceu para cumprir uma nobre missão. As respostas virão à medida que você avançar. Mas eu sei tudo sobre você.

- S-sabe? - perguntou ela, deixando se formar um leve sorriso. - Então diga-me. E-eu não consigo lembrar de nada... Eu preciso saber. O meu passado, a minha infância... Tudo o que é parte de mim. - implorava a jovem, chegando mais perto.

- Siga-me. - disse o ser, levitando para uma direção.

Rosie acatara o pedido, e passou a seguir a criatura, acreditando que a mesma possuísse as respostas.

- Sabe, eu sinto como se tivesse dormido por anos. O que tem para me oferecer? Essa... missão que você falou. Qual o meu destino?

- O seu nome é Rosie Campbell. Seu propósito, único e indivisível, é cumprir a profecia relacionada àquele que me criou. Seu nome é Abamanu, o cavaleiro da noite eterna. Há milhares de anos, ele tentou constituir seu reinado neste mundo, objetivando uma nova era para a humanidade. Uma de suas relíquias, pertencente ao seu tesouro, está perdida em vários mundos, tendo sido dividida em partes. - contava, enquanto permanecia seguindo e flutuando.

- Então... espera que esse tal Abamanu recupere esse objeto graças à mim? - presumiu Rosie.

- Sim. Este é o objetivo. Mas terá que, obrigatoriamente, passar por certos desafios. Enfim, chegamos. - disse ele, parando e virando-se para Rosie. - Você, Rosie Campbell, é uma força positiva dentre todas as criaturas de todos os mundos. Concretize o retorno de nosso deus. Ele tem todas as respostas para todas as suas perguntas.

- Mas havia dito que você sabia. Não sei se posso confiar, isso está suspeito demais. - disse a jovem, cruzando os braços e virando o rosto para o lado em aborrecimento.

- No presente momento, não estou autorizado a responder. Você saberá quando a hora certa chegar. - disse a criatura, erguendo seu dedo indicador esquerdo.

- Mas esta é a hora certa. Não tenho tempo para esperar. Eu... eu sinto um sinal de alerta na minha mente, como se algo quisesse me dizer que preciso ir para algum lugar... mas não está muito claro. - disse a jovem, pondo sua mão direita na cabeça e olhando para vários pontos do solo.

- Ignore isto. Concentre-se na sua missão. - disse o ser, afastando-se lentamente. - Confie em mim. O primeiro desafio começa agora.

- Ei, espere! Onde pensa que está indo? E-eu não estou preparada. Ao menos me fale como sair desta floresta. - pedia a jovem, desesperando-se.

- Percebo que sente um certo perigo à espreita. Mas não se enerve. Você só precisa matá-lo. Ache a lâmina superior, ela está cravada numa rocha em algum ponto desta floresta. - disse a criatura, adentrando nas densas folhagens de uma árvore, prestes a desaparecer. - Ah, e antes que eu me esqueça: Chama-me de Guia. A peça do talismã está no coração dele.

- Espere! Dele quem? - gritava Rosie, olhando discretamente para trás, sentindo algo se aproximando.

Repentinamente, um urro selvagem foi dado, deixando Rosie estagnada, completamente congelada pelo medo. Ao fundo de uma árvore, mais precisamente em seu tronco, à poucos quilômetros de distância, podia-se ver uma criatura de pelagem negra e com olhos vermelhos.

A jovem, ao avistar a besta, permaneceu trêmula, mas conseguiu cerrar os punhos. Pôs novamente o capuz, tentando, ao máximo, ocultar seus olhos.

- Ótimo. Acho que não tenho outra escolha.

Rosie decidiu correr o mais rápido que poderia, avançando contra os galhos e folhas que nada mais eram que pseudo-obstáculos para ela.

À medida que corria, ouvia os rosnados da criatura, que cada vez mais se aproximava à uma velocidade sem igual.

                                                                               ***

Paralelo àquilo, o trio que tomara conhecimento do desaparecimento repentino de Rosie e Hector percorria uma longa estrada coberta por pedras, sendo iluminados pelos primeiros raios do alvorecer.

- Para onde estamos indo exatamente? - perguntou Alexia, quase tropeçando nas pedras.

- À Kéup. Estou preocupado com Lester, espero que ele esteja bem, talvez até já na cabana. - disse Adam, com os olhos semi-cerrados, deixando a luz do sol cintilar parte de seu rosto.

- Alexia, você não está sentindo nada estranho? - perguntou Êmina, ainda preocupada.

- Um pequeno desconforto, mas não é nada demais. Ainda não consigo entender. Por que Abamanu nos revelaria seu plano, logo depois de pô-lo em prática?

- Ao menos já temos a confirmação: ele existe. - disse Adam. - E sobre o plano... Talvez  ele espera que nós tentemos impedir e assim nos fazer cair numa armadilha. - especulou ele, apressando seus passos.

- Pobre Rosie. - lamentou Alexia. - Bem, se serve para reavivar as esperanças, eu sei de algo que pode nos ajudar.

Adam e Êmina cessaram a caminhada e se viraram para a vidente, com olhares de descrença, os quais consistiam em sobrancelhas franzidas.

- É sério. Quando eu... quero dizer, quando Abamanu disse que Rosie foi transportada para um lugar distante ele não estava se referindo ao nosso mundo. - disse Alexia, gesticulando com as mãos.

- Espera. Deduz que Rosie foi mandada para uma outra dimensão? - perguntou Adam, curioso.

- Provavelmente sim. Afinal, estamos lidando com uma divindade. Nunca entendi muito dessas coisas, mas sei de alguém que sabe tudo isso e muito mais. Trata-se de um ex-colega da escola, seu nome é Charlie. E eu tenho certeza que ele é a pessoa adequada para nos ajudar a salvar Rosie. - garantiu a jovem vidente, confiante da ideia.

                                                                               ***

Enquanto ainda não voltavam para o QG, em Raizenbool, Hector se refugiara em um bar, no mesmo bairro onde Alexia vivia. Desejava esfriar a cabeça, embora seus pensamentos se focassem completamente na segurança de Rosie.

Sentado ao balcão, o jovem caçador tomava doses e mais doses de uísque, ininterruptamente.

- Rosie, onde está você? Eu faria de tudo para voltar atrás e pôr uma bala na cabeça de Loub. Por vingança e pela nossa amizade. Eu só gostaria que... estas palavras, por mais baixo que seja o tom, alcançassem você, não importa onde estiver. - dizia o caçador para si mesmo, enquanto fitava o copo meio cheio.

- Hum, gosta de falar sozinho? - disse uma voz feminina ao seu lado, fazendo-o desligar-se de seus pensamentos por um tempo.

Olhando para sua esquerda, Hector deparou-se com uma linda mulher, aparentando ter seus trinta e poucos anos, vestindo um vestido azul escuro decotado e com cabelos lisos, longos e castanhos. A mesma o encarava com certa malícia com seus olhos verdes enquanto girava sua unha do dedo indicador na borda do copo vazio.

- Err... bom, às vezes. Acontece que não estou me sentindo muito bem. - disse o caçador, passando a mão no seu rosto para "despertar para a realidade".

- Quantas já tomou? - perguntou a mulher, mantendo seu olhar fixo nele.

- Perdi a conta. No entanto, não me sinto embriagado, apesar de querer estar.

- Bem, se puder me contar o que houve, talvez eu saiba como ajuda-lo. - disse ela, se confortando na cadeira para ficar um pouco mais de frente para Hector.

O caçador fez silêncio ao ouvir as prestativas palavras da desconhecida, o que denotou relutância.

- Vamos lá, sem receio, querido. Eu ficaria agradecida se fizesse o mesmo por mim se eu estivesse no seu lugar. - disse ela, tocando em sua mão esquerda.

- Isso é estranho. Tenho a leve impressão... de que já a vi antes. - disse Hector, com um olhar analítico.

- Que coincidência. Senti o mesmo ao ver você. Os espíritas dizem que isto pode ser um sinal de uma vida passada. - disse ela, sorrindo levemente.

- Não acredito nessas coisas. Mas tudo bem. Pretendi vir aqui apenas para encher a cara, mas no fundo eu esperava alguém como você... para poder me abrir um pouco, desabafar. - revelou Hector, deixando a moça ávida para conhece-lo melhor.

- Eleonor. - disse ela, oferecendo um aperto de mão.

- Hector. - disse ele, apertando a mão da mulher.

- Hum, vamos Hector, conte-me o que o trouxe até aqui que o deixou tão... abatido. Quem é esta Rosie? - perguntou Eleonor, colocando mais bebida em seu copo.

- É uma amiga... Eu traí sua confiança. Mas foi por uma causa maior. Eu me rendi ao medo. - revelou Hector, movendo o seu copo.

- Entendo. O medo é como um demônio que nos possui e nos corrói de dentro para fora. Pelo modo como diz, eu imagino que foi para preservar algo muito valioso. Algo que você não pode deixar que tirem de você. - disse ela, aproximando um pouco mais o rosto ao de Hector.

- S-sim. Você praticamente adivinhou o meu problema. Na verdade, eu fui coagido a fazer algo contra à minha vontade. Se eu quisesse que aqueles que amo vivessem mais, eu teria que conduzir alguém à morte. - revelou o caçador, cabisbaixo.

- Este alguém é esta Rosie, certo?

- Sim. Aconteceram muitas coisas. Ela está desaparecida. Eu não sei o que fazer... - disse Hector, em tom cansado, pondo suas mãos no rosto. - Só quero encontrar um meio de me livrar desta culpa.

- Não devia deixar que este peso abatesse você. Por mais doloroso que seja, chegará o momento em que a verdade deixará sua alma mais leve. E nesta hora o medo deve ser completamente exorcizado. - aconselhou Eleonor.

- Eu agradeço. Talvez eu tente. Posso gostar de me arriscar, mas o medo é o pior monstro que já enfrentei em todos esses anos. E em todas as vezes eu venci. Acho que você me fortaleceu. - disse o caçador, em sinal de agradecimento.

- De nada. - disse ela, dando uma pequena risada. - É de meu feitio tentar ajudar aqueles que precisam, por mais que palavras não pareçam suficientes. - respondeu, deixando o sorriso ir embora aos poucos.

- Às vezes podem ser... outras não. Elas me são suficientes. Não sei como não tive coragem de me suicidar me sentindo como um criminoso. Enfim, obrigado, Eleonor. - agradeceu, tocando na mão da moça.

- Você é adorável. Tenho sorte de estar o conhecendo. Bem, agora eu preciso ir. Preciso planejar meu dia. - disse Eleonor, levantando-se e ajeitando o vestido.

- Permita-me acompanha-la até a saída. - disse Hector, também se levantando, mostrando cavalheirismo.

Ao saírem do estabelecimento, puderam respirar juntos um ar de aparente tranquilidade na cidade. Hector esticara seus braços para se preparar e enfrentar seu dia.

- Não estranhe, eu costumo me exercitar um pouco antes de encarar uma jornada. - disse ele, virando-se para Eleonor, exibindo seu sorriso pela primeira vez à nova amiga.

- Eu não pude deixar de reparar. As vestes, o jeito de falar... esse ar de bravura, apesar do estado depressivo. É um caçador, certo? - perguntou ela sorrindo, apontando com o indicador e mantendo seu olho esquerdo fechado e o outro aberto.

- É, acertou. - disse Hector, assentindo com a cabeça e sorrindo ao mesmo tempo. - Você pretende ir embora sozinha? Há monstros à solta por aí.

- Não, tudo bem. Eu não moro muito longe. Refere-se ao incidente de ontem em Londres, certo?

- Sim. Meus amigos, também são caçadores, participaram de um contra-ataque. Isso ainda não acabou, ainda tenho assuntos não-resolvidos com um certo alguém e preciso acertar contas com um novo inimigo. - revelou o caçador, mentalmente planejando sua ofensiva contra Loub, Mollock e todo o exército de quimeras.

- Ah sim, já posso ver todos os jornais falando a mesma coisa. Não devo esconder minha curiosidade em querer saber mais de você, do seu passado. Enfim, espero que obtenha êxito nessa aventura. Foi um prazer conhece-lo, Hector. - disse Eleonor, com um ar de mistério.

- O prazer foi todo meu. Preciso ir logo, tenho que ver uma pessoa. Você foi de grande ajuda. Espero vê-la novamente. - disse o caçador, pondo sua mão no ombro da moça.

- Idem. E espero que encontre sua amiga.

Ambos deram as costas, seguindo para direções opostas. Eleonor andara mais devagar, sem chamar muita atenção das pessoas que passavam de um lado para o outro à caminho de seus ofícios. A mulher, discretamente, expressava um semblante de alegria, quase não conseguindo conter-se.

- Com certeza serei de grande ajuda... em um futuro próximo. - disse ela consigo mesma, alterando sua expressão para uma desconfiável, enquanto seguia em retorno para algum lugar ainda não conhecido.

                                                                             ***

Já em Kéup, os heróis finalmente conseguiram retornar para a cabana, passadas exatas duas horas e meia de uma caminhada cansativa e entediante. Ao abrirem a envelhecida porta, deram de cara com Rufus andando praticamente em círculos na sala, mordendo seu chapéu, deixando evidente sua extrema preocupação com Alexia.

Ao ver sua madame, o homem não conteve sua felicidade, logo correndo para abraça-la.

- Madame Alexia!? Eu não acredito! - exclamou Rufus, arregalando os olhos. - É ótimo ver que está viva! - disse, correndo para abraçar.

- Oh Rufus! Me desculpe ter saído daquele jeito! Não quis deixa-lo preocupado. - disse a vidente, retribuindo o gesto, abraçando o robusto corpo de seu assistente. - Aproveitando o momento, posso confessar uma coisa? Não aceito que fique bravo. - exigiu ela, levantando seu dedo indicador.

- Ah, mas é claro. Pode dizer. O que a senhorita fez? - perguntou ele, segurando suavemente os ombros de Alexia.

- Nada demais. Deve se lembrar que me pediu uma bebida, ontem, antes de nos reunirmos. Eu já pensava em sair escondida, pois eu temia que uma visão viesse à tona enquanto eu estivesse dormindo, e eu não teria que ficar de braços cruzados vendo todos os meus amigos sofrerem. Pensando nisso, eu pus um sonífero no seu uísque para que você dormisse antes que eu tivesse a visão. Você me perdoa, não é?

- Err... bem... ahn... - dizia o homem, coçando sua careca estando indeciso e ao mesmo impressionado. - Ah, é claro que sim! O importante é que a senhorita e os outros estão vivos. É isso que importa. - disse ele, empolgado, surpreendendo Alexia.

- Oh, obrigada por entender. É o melhor assistente do mundo. Foi a única chance que tive de provar que posso útil.  - agradeceu ela, juntando as mãos ao sorrir.

- Não precisa tentar provar nada, você já é uma de nós, e não há nada que mude esse fato. - disse Êmina tocando suas mãos nos ombros de Alexia.

- Êmina... Obrigada. - disse a vidente, sorrindo.

- Rufus, tem notícias de Hector? Ele passou por aqui em algum momento? - perguntou Adam, admitindo estar preocupado com o companheiro de caçada.

- Não, ele sequer veio aqui. Algum problema?

- Todos. Além de Rosie ter desaparecido, muitos dos nossos amigos morreram. Foi uma carnificina, nem sei como saímos vivos dessa. - lamentou Adam.

- Que tragédia. Mas o que pretendem fazer de agora em diante? - perguntou Rufus, cruzando os braços.

- Lester ainda não deu nenhum sinal de vida. Ele já deveria ter aparecido. - comentou Alexia.

No dado instante, o caçador surgira entrando rapidamente, para a surpresa e alívio dos presentes.

- Pessoal, que bom ver vocês. - disse Lester, fechando a porta.

- Falando no diabo... - disse Êmina, em tom cômico.

- Descobri uma coisa que vai deixar vocês chocados. - alertou o caçador, movimentando suas pupilas velozmente para todos na sala. -

- Que bom. Porque também temos nossas surpresas. - disse Adam, mantendo sua face séria.

- Opa... Conheço essas caras. Parece que é algo bem... sinistro, devo imaginar. - disse Lester, curioso para saber das péssimas novidades.

- Muito além disso, Lester. É algo que jamais lidamos antes. - respondeu Adam.

                                                                             ***

Muito longe dali, próximo à uma reserva florestal, o museu de história da capital Londres tornara-se o novo alvo de Mollock e sua horda cada vez mais crescente e avassaladora. O recém-rei das quimeras-licantropos tranquilamente andava, permanecendo com os braços para trás, e sorrindo para o que parecia um sonho se realizando. Seu exército correra freneticamente à caminho do museu, sendo muitos atravessando barreiras como troncos de árvores derrubadas, outros pulando galhos na intenção de chegarem mais rápido e garantirem seu banquete. O museu estava aberto excepcionalmente naquele dia, por conta do fato do proprietário ter ignorado a ameaça que os tais "demônios da lua" - denominação que a população geral atribuiu para as criaturas - representavam não só para a capital, mas para todo o país.

Adentrando por todas as aberturas possíveis - janelas, portas, até mesmo o teto -, o exército nível 3 invadira o museu, instantaneamente apavorando a todos os visitantes. Não houve refúgio para tantos inocentes. Vítimas da constante sede de sangue e fome por carne das criaturas, as pessoas encontraram ali seus destinos finais, sendo, uma à uma, trucidadas impiedosamente pelas garras e presas afiadas, tendo seus sangues manchando as brancas paredes do local e suas entranhas pincelando de vermelho o chão quadriculado.

Parado em frente à fachada do museu, observando atentamente a selvageria de seus asseclas e ouvindo os estridentes urros de dor das vítimas naquela ensolarada manhã, Mollock novamente sorrira, contemplando o início de sua era.

- Um rei deve ter o seu palácio. - disse a si mesmo.

                                                                            ***

Enquanto isso, na terra distante onde Rosie fora alocada, a criatura amedrontadora continuava a perseguir a jovem, que apenas corria depressa na medida do possível.

- Droga, por quanto tempo precisarei correr tanto? - reclamou Rosie, já cansada.

O ser aproximava-se, não importava o quão veloz a jovem poderia correr. Ser pega era a coisa mais fácil a se fazer naquele ambiente hostil.

Renovando suas esperanças, Rosie podia ver, à medida que chegava mais perto, algo que parecia ser uma rocha, apesar das folhagens estarem ocultando.

- Será? - perguntou-se, afastando as inúmeras folhas de seu rosto.

No entanto, tal foco resultou em um tropeço numa forte raiz de uma árvore, fazendo-a bolar pelo chão. Por sorte, não se machucara gravemente. Levantando seu capuz para visualizar melhor o ponto onde chegara, em especial a rocha que viu, Rosie já sentia o gosto da vitória.

Prestes a alcançar a espada superior, cravada no alto da rocha, a jovem fora interceptada pela criatura que lhe seguia, surgindo na sua frente após alcança-la pulando os inúmeros galhos. Pôde ver melhor a verdadeira e aterradora fisionomia de seu empecilho. Uma quimera, sendo uma junção de urso (pelagem negra), lobo (corpo) e mosca (olhos).

Posicionando-se para enfrenta-lo, Rosie se mostrava decidida enquanto o encarava.

- Aí está você. Muito bem, vamos brincar um pouco.


                                                                          CONTINUA... 

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