Capuz Vermelho e o problema da prolixidade


A razão pela qual eu acredito que a série não seja tão acompanhada está um pouco mais a fundo do que simplesmente ausência de comentários ou má divulgação (sou ruim de propaganda mesmo, não vou mentir). Esse problema atende pelo nome que está no título e preciso encarar os fatos e explana-los aqui nesse meu espaço pouco frequentado por pessoas que tem algo a dizer. Eu comecei essa série como qualquer outro projeto do blog, levando o nome de despretensioso e houve realmente um período em que ela esteve parelha em tratamento com os demais conteúdos. Mas foi na metade da sua segunda temporada que, meio que sem eu perceber direito, as coisas foram mudando de acordo com minhas experiências literárias e nesse caso os livros do Dan Brown tiveram papel fundamental. Dá pra notar claramente que empreguei uma inspiração ao estilo de escrita dele e é verdade. Absorvi muito das aventuras de Robert Langdon de Julho de 2015 à Janeiro de 2016 e quando dei por mim já estavam ali todos os livros já escritos pelo autor na minha estante. Nesse meio tempo, Capuz Vermelha sofria uma transição estilística. Eu transpus minha identificação à escrita do Dan Brown ao meu eu autor mas sem deixar de lado os meus próprios toques (e acabei arrastando isso para outras séries). Não interprete mal: Eu não recorro ao estilo do Dan Brown para me tornar mais criativo quando tem aquelas vezes de bloqueio vai, bloqueio vem, eu quero sim obter autonomia como criador de conteúdo literário.

No período mencionado, os capítulos naturalmente foram tornando-se mais longos, alguns quilométricos. E a preocupação com possíveis leitores? Onde é que ficou? Assumo minha vergonhosa parcialidade nesse sentido, pensei muito mais em mim, querendo agradar só a mim por valorizar um conselho que hoje acho bastante equivocado e que não vou me aprofundar muito a respeito. Em suma, fui egoísta como autor. A evolução que essa inspiração me proporcionou trouxe consigo um preço a ser pago. Da metade da segunda temporada até o início da terceira tudo foi ficando mais prolongado e seguiu assim por diante. Capuz Vermelho já não era mais a simples história que eu escrevia de forma igualmente simples. Eu só fui cair na real quando postei o capítulo 34 (3x10) no Nyah! Fanfiction (independente dos riscos, eu quero que ela tenha reconhecimento por lá) e fui surpreendido. Estourei o limite de palavras que é de pelo menos 25.000. Que isso me abriu os olhos para o tal problema, não tenho a menor dúvida. E quer saber? Eu precisava desse tapa na cara.

Até me justifiquei uma vez em uma resposta de um comentário lá sobre o capítulo 23 (2x11) que passa das 20.000 palavras. É esse o maior mal que atinge a série. De série despretensiosa escrita em um blog passou a ser mimada como um livro. Superestimar minha obra em função de se empolgar conforme a escrita evoluía e as ideias fluíam profusamente foi um erro. Será que isso é um processo do meu próprio ser, tão natural quanto a luz do dia, em que começo uma coisa, ela dá certo e quanto mais eu vou aumentando mais parece que esse trem vai descarrilar uma hora? É exatamente o que que desejo mudar em mim e consequentemente na série. E vai mudar.

Me lembra o refrão de uma famosa música brasileira atual: ♪É que a gente quer crescer e quando cresce quer voltar do início♪

Não se deve entender como retrocesso. Menos ainda como preguiça. É justamente pra evitar o "descarrilamento". O momento em que série está chegando cai como uma luva. A quarta temporada terá um arzinho de "reboot". Recomeço de vida para todos os personagens. Falando logo sobre a mudança nem tão mudança assim... Vou precisar diminuir drasticamente a qualidade do texto. Não tem outra alternativa pois só desse jeito que eu vou conseguir voltar a enxergar melhor a série como ela realmente é. Com reduzir a qualidade eu quero dizer não da história, da mitologia ou dos diálogos, mas da quantidade de palavras. Sim, a quantidade afeta a qualidade nesse caso. Capuz Vermelho tornou-se exageradamente descritiva. Para quem tem tique-nervoso quando uma narração não solta descrições pormenorizadas e acha que só assim é modelo para construir as imagens na cabeça e tornar a leitura confortável, vai ter uma trombose quando eu pôr essa ideia em prática (isso aqui sou eu sonhando com leitores, um dia eu acordo pra vida). Tem gente que quer personagem descrito até os poros porque senão fica difícil ler tudo "como se estivesse vendo um filme ou um episódio de uma série". Eu creio que haja um grupinho exigente nesse aspecto. Pra esse povo eu só digo: Você tá lendo uma narrativa em terceira pessoa e sem fins lucrativos, não o roteiro de um filme, se toca, reveja seus conceitos. E se existir a pessoa que é entusiasta de descrições imersivas mas não suporta capítulo longo? Ah, vai a m****! Um não pode ser se não tiver o outro.

Portanto, o baile vai seguir desse modo a partir da quarta temporada. Quero que ao menos a quantidade palavras fique em torno de 5 mil ou 6 mil. Para isso, as partes de narração ficarão mais curtinhas, entretanto vou me policiar quanto as descrições e torna-las mais concisas e isso, como qualquer coisa, pode não agradar a todos. Sim, Capuz Vermelho poderá voltar à sua raiz estilística. Vai ficar mais ou menos entre o estilo do fim da primeira temporada e o da metade da segunda, sem ser tudo atropelado demais. Tudo bem, admito que a linguagem tem uma grande rebuscamento que talvez faça tudo parecer cansativo, logo, pensando nisso, resolvi prezar pela informalidade, não tanto quanto a de Frank - O Caçador, mas ela vai estar presente.

No número de linhas aos parágrafos, não posso dizer com 100% de certeza quantas serão. Tentarei, no mínimo, de 4 a 5 linhas por narração. No fim das contas, a maior parte das informações ficarão para os diálogos, eles sempre tiveram um peso mais expressivo do que o próprio narrador onisciente que vai assumir uma postura menos requintada - não é que vai ser linguagem do povão, nem óbvia demais, será apenas um rebuscamento menos verborrágico.

Além do mais, isso vai ser de suma importância para o tempo de produção. Com o número de palavras que almejo, talvez posso terminar um capítulo em... uma semaninha. Como nos velhos tempos. Quando ultrapassava as 20 mil, quando eu tratava a série do jeito errado, na terceira temporada, eu levava aproximadamente duas semanas e meia, coisa que gerava mini-hiatos de dar dor de cabeça - era frustrante para uma série que devia ser, em teoria e prática, semanal. Por causa disso que a temporada levou um ano para ser encerrada. Agora com essa iniciativa meu tempo será otimizado, porque escrever uma história daquele jeito altamente prolixo só acarreta em problema. Porque antes de tudo eu sou um blogueiro e não um autor treinando para lançar futuramente um livro de alguma série. Isso mesmo, você nunca verá um livro de Capuz Vermelho com meu "pseudônimo" L. R. Rodrigues estampado na capa e tenho minhas razões que aqui não vêm ao caso. As demais séries (Survival Game e Frank - O Caçador) também não ficarão de fora dessa redução.

Se chamo isso de recomeço, então que seja para faze-la voltar as origens no que tange a escrita.

A Capuz Vermelho objetiva e direta ao ponto que era tão gostosa de escrever precisa voltar. No final, autor, obra e leitores saem ganhando.


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