Nem tudo é o que parece #46


Uns cinco dias depois de ter acontecido... foi só aí que criei coragem de perguntar a minha colega de quarto sobre a suposta "pegadinha" que ela tramou pra me sacanear de um jeito nada original. Ela é meio boba, imatura, com ar elitista e fútil, não sei como uma oxigenada daquelas conseguiu uma vaga na faculdade. A gente está no primeiro semestre ainda, mas se ela for tão idiota quanto eu penso e for reprovada vou dar graças por me livrar desse encosto. Mas qual seria o objetivo de uma brincadeira assim? Só assustar gratuitamente?

Na tal noite, abri meus olhos já sentindo ter dormido pouco e como eu odiava acordar no meio da madrugada forcei meu sono ao máximo. Enquanto não voltava a dormir, vi pelo lençol uma mão preta se aproximar do meu abajur, bloqueando um pouco a luz... e ficou por cerca de 3 minutos.

Entrar em pânico numa hora dessas ia ser burrice, certo? Estava congelada e fiquei só observando sem piscar... até que ela se afastasse e a luz amarela voltasse a me iluminar. Caí no sono de tanto matutar sobre aquilo.

O que era aquilo? Invasor não era. A porta está trancada sempre. Não foi peso do sono. Vi claramente a mão de uma pessoa se movendo.

Bem... Até agora minha colega não para de mandar mensagem pedindo e implorando pra acreditar que ela esteve dormindo durante toda aquela noite. 

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Com a bússola quebrada, sem sinal de celular e perdido no meio da floresta. Assim tinha desastrosamente terminado meu dia na excursão da escola. Se não tivesse gritado por socorro bem alto depois do que aconteceu, jamais teria voltado pra casa são e salvo.

E o que aconteceu foi: Eu achei uma garota aparentemente perdida também. Menina de curto cabelo preto cujas pontas tocavam as bochechas e usando um vestidinho branco com bolinhas vermelhas.

Estava colhendo umas flores. Me aproximei dela e expliquei minha situação. Com muita gentileza, ela me guiou até sua casa para que eu pudesse usar o telefone porque a merda do celular tinha logo que esgotar a bateria e não tinha trazido carregador.

Não achei estranho ela me pedir para ficar do lado de fora e esperar que pegasse o telefone sem fio, afinal era uma típica criança ensinada a não confiar em desconhecidos pelo que parecia. Disse que o pai tinha saído para buscar lenha e voltava já e que ele odiava visitas ainda mais de estranhos.

Fiquei esperando... só que um cheiro muito insano de carne podre me fez sair do lugar e dar a volta até o quintal de onde vinha aquela inhaca. Achei um buraco cavado e parecia fundo, tinha bastante terra em volta. A menina gritou da cozinha dizendo que estava preparando uma bebida gostosa e que já vinha me dar o telefone.

Antes de sair correndo feito um cão afugentado, vi um homem carregando uma pá no ombro vindo na direção da casa.

Dentro do buraco estava uma menina de curto cabelo preto assanhado cujas pontas tocavam as bochechas cheias de cortes profundos e usando um ensanguentado vestido branco com bolinhas vermelhas. 

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Toda vez que eu ralava meu joelho ou se feria na perna nos treinamentos para andar de bicicleta, meu cachorro Marlin - um vira-lata de pelagem preta e branca - lambia minha ferida como demonstração de afeto.

Não tinha uma vez que ele não fazia isso. Eu caía da bike, me feria e lá vinha ele correndo me "salvar". Fazia sentir orgulho de ter um cão tão adorável.

Mas num dia Marlin exagerou um pouco no hábito.

Ele lambeu bem rápido antes de cravar suas presas na ferida e arrancar um pedaço para come-lo. 

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Éramos adolescentes em pleno colegial, já faz tanto tempo... Aperta o coração só de lembrar. Ele era meu único colega que era seguro chamar de amigo.

Nossa última conversa foi durante um passeio pela floresta do parque onde existia a considerada árvore mais alta da cidade. A copa dela era cheia, opulenta e altamente resistente a correntes intensas de vento. Ouvimos miados desesperados de um gato que vinham de uma altura meio perigosa dela.

Ele se habilitou a subir. Até pedi pra eu ir no lugar, mas ele insistiu em querer chegar até o galho onde o tal gato suplicava para ser resgatado. Avisei que se ele sentisse ficar perigoso que descesse imediatamente pra gente seguir e voltarmos pro grupo. Um pouco intrigante porque animais não eram vistos ali por perto.

Passaram-se vários minutos. Os miados pararam depois dele alcançar certa altura do tronco e um pouco depois vi as folhagens remexerem, ele podia estar se esforçando. Imaginei ser um bom sinal, o gatinho estava a salvo, era só esperar ele voltar, quem sabe até adotar o bichinho.

Mudei de ideia quando o que caiu daquela árvore foi apenas o braço dele. 

O resto ficou com a coisa que se passou pelo gato. 


FIM.. por enquanto! 




*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: http://www.medob.com.br/2015/04/o-quarto-escuro.html
                                     https://pixabay.com/pt/lua-%C3%A1rvore-noite-reino-unido-875227/



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