Crítica - Transformers: O Último Cavaleiro


Chega de Bayformers!!!

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Pois é, meus caros leitores gasparzinhos, sobrevivi a mais uma tentativa desta franquia incansável. Nem é preciso fazer mistério na linha de introdução sobre o resultado da última empreitada de Michael Bay e cia. Pra ser honesto, mal tive disposição em redigir essa crítica após um longo suspiro de alívio com o subir dos créditos finais. Já é de saber geral que Transformers pela visão cinematográfica de Bay é um oceano espetaculoso de "kabooons", faíscas e bastante metal retorcido e um fiapo de roteiro. Não lembro se na minha última crítica, de Era da Extinção, havia dado a entender que largaria a franquia definitivamente. A única resposta que consigo dar é: Quero sair de Transformers mas ele não quer sair de mim. Em um tempo não muito distante me considerava um fã aficionado (muito fã mesmo) pelos robozões apresentados nas telonas, mas na minha cabeça de adolescente os aspectos valorosos eram justamente os que os filmes sabiam desenvolver com louvor. Sim, a franquia é dotada de uma ação empolgante, indubitavelmente. Acontece que o mal da cinessérie é promover cansaço com sua poluição visual de fazer arder os olhos quando não dá vontade de arranca-los.

Esta quinta aventura dos robozões tem uma duração menor comparada ao segundo, terceiro e quarto filme. Porém, não o bastante para abrandar a sensação de que tudo é mais longo do que parece. Sabe por que acho tão simples resenhar sobre Transformers? Bem, pra começar é uma aventura de ação descerebrada e constante que não oferece nada além de efeitos especiais para entretenimento efêmero.
A experiência com O Último Cavaleiro fez crescer um desejo de voltar no tempo e alertar o meu eu de 15/16 anos para simplesmente abrir meus olhos para a verdade. Eu queria somente me divertir vendo um monte de metal humanoide-alienígena caindo na porrada com explosões pirotécnicas e sequências de ação de encher os olhos de alegria e em paralelo cometia o erro de buscar seriedade na franquia. Sem me culpar pelo passado, segui em frente e encarei.

Fizeram uma mistureba muito insalubre entre Cavaleiros da Távola Redonda (o prólogo aparenta ser outro filme) com o arco envolvendo a sobrevivência de Cybertron colocada nas mãos de um Optimus Prime "vilanizado" por Quintessa (uma entidade influente no decadente planeta). Tudo isso para facilitar protagonismo a Cade Yeager (Mark Whalberg), este sim representando a alcunha do subtítulo. Porque os humanos precisam ser úteis nesta bagaça e com presença de cena desproporcional aos que merecem destaque. Eles dão aquela força, mas ganham atenção desgastante ao longo do filme que teima em centraliza-los, especialmente o próprio Cade - que recebe um talismã de um Cavaleiro Cybertroniano que morre em seguida, o que chega a remeter a como Hal Jordan recebe o anel de Abin Sur na horrorosa versão cinemática do Lanterna Verde. Ele é o Escolhido, o bom companheiro, a última esperança e ninguém pode negar. Ah não, tem a personagem que cumpre a função de "garota par romântico do protagonista que no meio do tiroteio e da destruição e não leva nenhum arranhão". Pelo menos num ponto a franquia se permitiu mudar.

Viviane Wembley (Laura Haddock) não se equipara as duas namoradas de Sam Witwicky, Mikaela e Carly, e traz uma atuação média que faz grande diferença na parafernalha que é esse roteiro (ou o pouco que existe dele). E o melhor: Com um objetivo. Sim, o papel dela não é só correr ao lado do Cade escapando das explosões, dos tiros e dos Decepticons que brotam da terra, a moça tem importância na história como a descendente de Merlin, o cavaleiro que recebeu a confiança do Rei Arthur (eu prendo o riso quando lembro que isso foi vinculado a um protótipo de roteiro de Transformers!) na guerra contra os anglo saxônicos bárbaros e, como tal, deve empunhar um cajado oferecido ao ascendente por um dos Cavaleiros de Cybertron que lhe confiou a proteção da arma para que não caísse nas mãos erradas (Quintessa e os Decepticons, no caso). É uma trama óbvia: Optimus depois de anos à deriva no espaço cai no seu planeta natal e encontra Quintessa que lhe revela uns segredos, que precisa impedir Unicron de ressurgir e que para garantir o destino de Cybertron a Terra precisa ser destruída, tem que pegar a joça do cajado que está na Terra e blábláblá...

Sob o controle da grande vilã e renomeado como Nemesis Prime, Optimus pisa no planeta Terra novamente, desta vez com "sangue nos zói" (luz púrpura, na verdade) mas não tornando-se um antagonista que os trailers fizeram parecer que ele seria. Não durou mais do que prometia, pois bastou uma troca de olhares com Bumblebee num confronto terrivelmente mal coreografado (acima de uma nave emergindo do oceano aos céus) e umas palavrinhas de amizade e "PLIM" temos o Optimus de volta a si e soltando uma atípica quantidade de frases de efeito que pareceu disfarçar uma falta de coragem em dar falas menos cansativas. O líder Autubot aqui teve menos brilhantismo que nos longas anteriores.

Dos coadjuvantes, salvam-se Isabella, uma corajosa adolescente que peita Transformers malvadões e faz amizade com os bonzinhos e mais frágeis. Já quanto ao personagem de Anthony Hopkins (um grande conhecedor da passagem dos Transformers pela Terra) eu tenho a lamentar profundamente pelo cara ter um mordomo tão insuportável (um transformer chamado Cogman, imprestável alívio cômico por sinal) e uma morte (por Megatron) tratada com indiferença pela dupla de protagonistas - além da execução da mesma ter zero de emoção e parecer gratuita demais. E tem aquele empregado do Cade, que nem faço questão de lembrar o nome, preenchendo a vaga de personagem atrapalhado que grita e fala bobagens com o típico humor idiota quando a tensão fica alta (ele me lembrou o Leo de A Vingança dos Derrotados, mais pela atuação).

Os efeitos persistem em "sujar" o cenário, algo intensificado no terceiro ato que é uma verdadeira bagunça visual com cortes super-rápidos e muuuita câmera tremida. Talvez seja o filme mais "tiro, porrada e bomba" da franquia pelo fato das lutas entre Autobots e Decepticons não ganharem espaço, teve uma clara escassez de metal contra metal num mano a mano que todo mundo que está cansado dessa história sabe no que dá. Além do mais, o tom da aventura não tem intenção de superar o épico, coisa que anteriormente parecia ser a única missão da franquia. É a segunda vez que Cybertron entra em rota de colisão com a Terra (lembra do "brilhante plano" do Sentinel Prime em O Lado Oculto da Lua?), então nesse ponto não foram criativamente exigentes (não que tenham sido antes).

Esta crítica acabou mais longa do que poderia assim como senti diante do filme que, com um desfecho apressadíssimo, surpreendentemente incentivou curiosidade em relação a uma sequência (com outro diretor, por favor Paramount, nunca te pedi nada!) com obrigação conclusiva dessa trilogia com falsa atmosfera de reboot. Nada mudou!

Considerações finais:

Transformers: O Último Cavaleiro é a prova imbatível da involução que essa franquia abraçou à conveniência aos elementos técnicos sempre priorizados em demasia. O resultado: Exaustão. Do público e da linha narrativa como um todo. Uma cinessérie tão incorrigível como essa merece uma bela pá de cal após um filme com absurda disparidade de temas, duas horas e meia que parecem três (e meia) e sendo uma produção que encaixa perfeitamente no tipo que se assiste com o cérebro "desligado" e noutro dia você não lembra de mais nada.

PS1: Mas a cena pós-créditos semeou dúvidas. Quintessa (vivinha e "humana" depois de ser facilmente estraçalhada por Bumblebee) vira a casaca para impedir a ascensão de Unicron?

PS2: Sempre algum acontecimento do passado que envolve os transformers reverbera no presente. Archibald Witwicky ativando o sistema de navegação do Megatron, civilização antes de Cristo que teve contato com os transformers, a Corrida Espacial que descobriu uma nave dos transformers, a extinção dos dinossauros que teve a ver com os transformers e agora a história medieval com Rei Arthur e Merlin... que não tem NADA A VER com Transformers.

PS3: A algazarra do terceiro ato foi tanta que nem sei se os Dinobots participaram da batalha. E o Grimlock levando sermão do Cade como um cachorro travesso que come até a madeira da porta... é, direto pra nota.

NOTA: 3,0 - RUIM

Veria de novo? Não. 

Leia também:

As críticas dos três primeiros filmes

E a crítica de Era da Extinção 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://jinews.com.br/noticia/transformers-e-detetives-do-predio-azul-entram-em-cartaz-no-farol-shopping

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