Crítica - Batman VS. Tartarugas Ninja


Os quelônios e o cavaleiro das trevas unidos para salvar Gotham City!

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

O que dava a impressão de um crossover dos mais improváveis, pelo menos para alguém como eu que nunca antes soube que o encontro dos personagens havia rolado nas HQs (tanto é que o filme em questão é material adaptado de uma recente minissérie em quadrinhos com seis edições ao todo) , acabou por surpreender de uma maneira bastante satisfatória pelas mãos certas fazerem colidir esses dois universos e ainda utilizando proveitosamente das distinções e semelhanças que abarcam. Caso não fosse uma adaptação da mídia quadrinhesca, seria de uma enorme injustiça a parceria entre a Warner Bros. Animation e a Nickelodeon não gerar a ideia de um crossover duplo com os discípulos de Mestre Splinter invadindo a praia do morcegão e vice-versa. Não dispus de muito tempo pra ler os resumos das histórias de cada volume da minissérie, mas do pouco lido pude ver que a trama tem elaborações mais amplas no enredo que seriam certamente inviáveis a um longa com pouco menos de uma hora e meia. Na aventura, repleta de uma ação divertida e deslumbrante em movimentos e fluidez (o design de animação pode transparecer um decréscimo de qualidade do que se espera de um longa-metragem, porém o desenvolvimento dissipa essa noção errônea), Batman e o quarteto ninja coexistem no mesmo universo ao contrário da narrativa original. O equilíbrio necessário de elementos está presente, não permitindo que uma coisa prevaleça sobre a outra, apesar do palco central do conflito se situar em Gotham (e com céu vermelho *-*).

O processo de colisão entre ambos os mundos segue a linha clichê de enfrentamento (Batman lutando contra os quelônios de igual pra igual e descendo o sarrafo neles) precedido de acordo entre as partes (sem chance de mães com o mesmo nome, claro =P), tudo inserido num enredo de proporção bem contida para um evento dessa magnitude, afinal estamos de um grupo de personagens tão icônicos quanto o morcegão e os caminhos trilhados poderiam estender seu leque de acontecimentos para algo da grandiosidade que um crossover dessa natureza merece ao ser transposto ao audiovisual, embora eu compreenda que os aparamentos na história (os Krang participam da HQ onde atuaram como responsáveis por enviarem tanto os heróis quanto Mestre Splinter, Destruidor e o Clã do Pé para o universo alternativo, direto para Gotham City) tenham sua importância em virtude do formato da produção. E quem melhor para forjar aliança com o temível arqui-inimigo das tartarugas senão Ra's Al Ghul (vulgo "Cabeça do Demônio")? Muito além da correspondência superficial entre o Clã do Pé e a Liga do Assassinos, a confluência dos grupos é tão forte que impõe o tom de ameaça sob medida para torna-los uma única força de envergadura suficiente para mostrar desafio, ainda mais recrutando inimigos veteranos de Batman como Coringa, Arlequina, Sr. Frio, Bane e Hera Venenosa (Pinguim vira carta fora do baralho apesar do seu tempo de tela ser bem explorado) com o bônus de serem transformados em mutantes, ganhando aparências minimamente bizarras, na exposição à substância mutagênica que é planejada para ser misturada à fórmula venenosa do Coringa e espalhar por toda a cidade através de uma tecnologia roubada. E não posso esquecer da violência apresentada, o que pode soar meio destoante dado que os visuais, principalmente o do Batman, trazem características próximas de um típico cartoon de ação que atenua o grau desse aspecto (bate o olho nesse Batman e a primeira coisa lembrada é o desenho dos Superamigos hehe).

A ação tem bons intercalamentos em meio ao desenrolar da sociabilidade das equipes, sustentada por um texto afiado, e todos juntos (Batman, Robin, Batgirl, Leo, Rapha, Mike e Donnie) compõem um time de peso que não decepciona no carisma em absolutamente nenhum trecho e cada membro desse esquadrão heroico promove uma formação de vínculo com um e outro e citando dois exemplos temos Raphael e Damian Wayne (pegaram justo o Robin mais chato, apesar de ser o filhinho revoltadinho do Batman que nunca me desceu, até que nesse filme ele está mais palatável) além de Barbara Gordon e Donnatello que, por sinal, produzem o retro-mutagênico para curar os efeitos da metamorfose (nem o morcegão escapou, inclusive foi uma cena bem inesperada ver Bruce Wayne transformar-se literalmente num homem-morcego). O final corrido não é mancha que apague o brilho do foi experienciado, naquela altura nada mais que significasse pouca coisa afetaria o resultado total.

Considerações finais:

Batman VS. Tartarugas Ninja instiga o gostinho de quero mais ao ser muito bem-sucedido em unificar duas obras diferentes sem se apoiar no gatilho do enredo original e tornando seus personagens tão divertidos quanto o ritmo de ação empolgante. O que a Warner e a Nickelodeon estão esperando pra lançar uma série animada? Eu assistirIa com prazer!

PS1: Vivi pra ver um Cowabunga ser proferido de maneira tão séria... e pelo Batman!

PS2: O Destruidor escapou da explosão, mas não de cair nas garras do Coringa se homologando ao palhaço do crime. Mesmo indiretamente, Coringa faz alguém sucumbir à sua insanidade (só o Batman é imune).

NOTA: 9,0 - ÓTIMO

Veria de novo? Com certeza! 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://legiaodosherois.uol.com.br/2019/batman-vs-as-tartarugas-ninja-primeiro-trailer-da-animacao-e-divulgado.html

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