Crítica - Kong: A Ilha da Caveira


Cuidado com o Kong que o Kong te pega, e pega daqui e pega de lá.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS (o primeiro parágrafo também está em negrito porque fiz merda em mexer no alinhamento do texto, ficou desse jeito e não vou reescrever, mas não tem problema).

Segunda produção integrada ao Monsterverse da Legendary Pictures, a nova encarnação do gorila gigante veio com o principal (talvez único) objetivo de fazer os preparativos para o aguardadíssimo crossover com o lagartão atômico cujo filme lançado em 2014 (a review do mesmo pode ser conferida clicando aqui) iniciou tal universo compartilhado. Assistindo à essa retomada do King Kong à mídia cinematográfica, me peguei a pensar na culminação que será quando os dois titãs se digladiarem nas telonas e um detalhe pertencente ao próprio filme aqui resenhado gera dúvidas sobre como essas feras batalharão de igual para igual, pois é esse conceito que primordialmente se imagina quanto a um crossover contendo VS. de personagens igualmente icônicos postos em combate e ficamos na expectativa para ver quem será o vencedor, acho que isso engrandece um bom crossover, embora não obrigatório, de aparentar juntar duas forças antagônicas que apresentem níveis parelhos em primeira análise. Contudo, não é difícil pensar no Godzilla introduzido, embora com sua mobilidade irritantemente lenta, dando uma verdadeira coça nesse Kong que praticamente morreu queimado numa emboscada bem armada por humanos. Bem, isso quer dizer que achei esse Kong um tanto nerfado (ou não passa de mera impressão?)

Já faz alguns anos que vi o remake de Peter Jackson e não sinto que tô falando bobagem ao pensar que ele é praticamente insuperável. A variedade de criaturas passava mais a tenebrosidade que infelizmente não enxerguei nas chamadas Criaturas da Caveira - oponentes ferozes de Kong e ameaças mortíferas contra todos os humanos que se meteram no território dessas bestas sanguinárias. A ilha guarda uma fauna perigosa e inofensiva ao mesmo tempo e Kong basicamente fica no meio-termo, agindo como protetor de uma tribo de nativos pacíficos (que acolheram Hank Marlow, o soldado da Segunda Guerra que deu de cara com o gorilão em 1944 e sobreviveu por 29 anos), que o cultuam como uma divindade, enquanto destrói impiedosamente qualquer invasor que possa atentar contra suas vidas. Não é preciso aguçar tanto a percepção para captar a compreensível antagonização dos humanos. O centro dessa perspectiva claramente encontra-se no personagem de Samuel L. Jackson, o tenente-coronel Preston Packard, que pega ódio de Kong pelo mesmo ter esmagado cada helicóptero com seus tripulantes (a maioria) como brinquedos - numa das sequências de enorme destaque e um adicional interessante é a lentidão repentina da câmera em dados momentos, promovendo um certo realce para que o espectador aproveite a algazarra explosiva com vibração. A expedição para mapear a ilha torna-se um fracasso retumbante e tudo que Packard mais quer antes de sair daquele fim de mundo é dar cabo do gorilão após resgatar Jack Chapman (Tobby Kebbel) que se perdeu do resto dos sobreviventes durante o ataque de Kong. Só que Marlow justifica o comportamento de Kong avisando que o avanço do esquadrão militar despertaria o alfa das criaturas mais sedentas da ilha. O enredo vai atiçando, num ritmo seguro, um clima de divergência entre os grupos de expedicionários, um deles liderado por James Conrad (Tom Hiddleston, nosso eterno deus da trapaça Loki), um ex-capitão do Serviço Aéreo Especial Britânico, requisitado por Bill Randa, agente do governo que sabe bastante das verdadeiras espécies superiores do planeta, e que se não está no filme para suscitar par romântico com a personagem de Brie Larson (não acho que iria funcionar, mas até que curti a atuação dela, não pensei que fosse suportar) com certeza é para apaziguar os ânimos e ser a voz sensata que Packard, cheio de rancor no coração querendo provar que os humanos mandam no planeta, se atreve a desafiar.

A condução dos embates de Kong se sobressai de modo que disfarce parcialmente a artificialidade estranha dos efeitos para um estúdio como a Warner Bros. Pictures, porque nenhuma das criaturas interage com os humanos naquela organicidade de CGI mais sofisticado com o qual se está acostumado. Portanto, derraparam aí na qualidade técnica. Se importar com os personagens logo de primeira é meio árduo, mas quando a morte da pessoa mais improvável vem de inesperado realmente dá pra sentir um pesar (Chapman, Bill e Nieves são exemplos), ainda que o longa não instigue o interesse suficientemente genuíno para gostar daquele personagem sem esperar ou querer que ele morra de forma trágica (se escrevesse o roteiro, apenas Conrad, Weaver e Marlow sobreviveriam intactos muhahahaha). A incômoda vulnerabilidade de Kong semeia dúvidas em relação ao vindouro crossover, a única razão de existência desse filme. 

Considerações finais:

Kong: A Ilha da Caveira tá longe de se equiparar à um bom cinema de aventura que estabeleça comparações com obras consagradas e principalmente com a célebre refilmagem do clássico de 1933. O perigo é constante, os obstáculos além do Kong resultam em situações tensas que prendem a atenção sem forçar, mas o gorilão não parece apto pra encarar o lagarto atômico, talvez precise comer mais polvos gigantes (=P).  

PS1: Só pra complementar o parágrafo acima, o caráter desse filme é introdutório pro crossover, o que não significa que ele seja problemático ou desastrosamente ruim por não girar no próprio eixo.

PS2: Será que a Weaver aceitaria uma ajuda masculina pra levantar aquela cauda de helicóptero e salvar o búfalo? 

PS3: Packard deve ter sentido a palmada do Kong até na chegada ao além hahaha.

PS4: Nada contra outras franquias surfarem na onda da Marvel, mas não precisava da cena pós-créditos ser pós-créditos, isso somente reforçou a intenção de pré-crossover. Pensei que no finalzinho iam pôr um "Kong will return". 

NOTA: 8,0 - BOM

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 


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