Não temos retorno de Dragon Ball Super, mas temos de Digimon (e de uma forma surpreendente!)


Para os adoradores da franquia dos monstrinhos digitais e também das aventuras de Goku e cia., é um alento (para quem está otimista vendo o lado bom dessa história). Por outro lado, para aqueles que aguardam o regresso de Dragon Ball Super às telinhas nipônicas, mas nunca se apegou ao anime clássico dos bichinhos virtuais ou nenhum outro produto posterior, é um tormento que vai prosseguir indefinidamente. Gegege no Kitaro, em exibição desde abril de 2018 após o fim de Dragon Ball Super, será substituído por uma nova temporada de Digimon e anteriormente já até existia um tímido clima de mistério em torno desta série. No entanto, na contramão de todas as expectativas,pegando muitos desprevenidos (inclusive a mim), o novo anime na realidade trata-se de um REBOOT (!), ou seja, algo completamente desligado da primeira temporada classicona que assistimos na TV Globinho com a Angélica (e sua coreografia "maravilhosa") na abertura soltando a voz. Há poucos dias saíram as primeiras imagens promocionais apresentando os visuais do time de digiescolhidos, os quais serão todos que já conhecemos (Tai, Matt, Sora, Mimi, TK, todo mundo tá de volta), dando pra ver algumas modificações pequenas nas vestimentas deles (Joe e Tai parecem os únicos a manterem figurinos praticamente similares ao da primeira versão) e a estreia está programada para abril. Mas precisam ser ressaltados e explanados os dois lados da moeda, o bom e o ruim.

A partir de Tamers (a terceira temporada), Digimon ganhou ares de antologia, desenvolvendo tramas desconexas umas das outras, mas conservando elementos visuais e narrativos estabelecidos desde Adventure. Isso durou até a última série lançada, Appli Monsters (cuja review feita por este que vos escreve pode ser lida clicando aqui), a qual se pautava num contexto relacionado aos tempos atuais conversando com a geração dos smartphones e aplicativos. Mas pelo que andei sabendo, a oitava temporada da franquia não teve um rendimento geral muito positivo. Será que tal fracasso catalisou a ideia de um reinício da franquia de animação reutilizando os personagens mais emblemáticos e bem quistos pelos fãs? Um dos motivos provavelmente foi. Appmon, a despeito de qualquer purismo, trouxe uma dinâmica bastante pertinente ao que se refere a seres virtualmente criados, além de engatada no timing correto, um terreno fértil que não podia deixar de ser explorado e fizeram um bom uso das sementes plantadas, apesar de estar longe de ser uma série impecável (nem Digimon Adventure é, me atrevo a dizer). Sem esquecer dos 20 anos que Adventure completou em 2019, embora o vindouro filme Last Evolution Kizuna (lançamento previsto para 21 de fevereiro), que se ambienta num futuro à frente de Tri (a divisiva série de OVAs lançados entre 2015 e 2018 no Japão) com os digiescolhidos cinco anos mais velhos, tenha esse papel comemorativo mais atribuído à ele. A quebra dessa antologia na parte televisiva prevê duas consequências distintas: angariação de novos fãs e apelo à nostalgia. Tudo para novos e velhos espectadores e amantes da franquia saírem ganhando, certo? Não, não é bem assim, pelo menos não como particularmente vejo. O anúncio desse reboot veio marcado de incertezas e a mais preocupante delas diz respeito à quanto desse apelo nostálgico a Toei Animation pretende tirar proveito. Eis o lado ruim.

Esgotou a criatividade? Medo de arriscar com novos protagonistas, personagens secundários, sejam eles digimons ou humanos, e tramas diferenciadas? A nostalgia no entretenimento atualmente não passa de uma isca jogada para quem tem um fraco medonho por produções favoritas do passado, festejando toda vez que um resgate (reboot, remake ou continuação, não importa) é oficializado, e que pode parecer suculenta, mas o gosto irá variar de espectador pra espectador, obviamente. Não tô criticando a fanbase nostálgica de Digimon, meu ponto é que esse artifício usado por detentores sinaliza um certo oportunismo, em contrapartida, entretanto, atrairá uma penca de crianças desta geração que passem a conhecer a série através de uma perspectiva modernizada, considerando que o reboot se passará na atualidade. Especificando a pior das incertezas: Já pensou numa inspiração de Pokémon para fazer Tai e seus amigos contraírem a "Síndrome de Peter Pan" que sempre acometeu Ash Ketchum? Não, só por favor, Toei... Não envereda a franquia pra isso, é receita mais de fiasco do que de sucesso. Espero que esse recomeço signifique futuramente uma nova antologia. "Ain, Lucas, tá reclamando sem nem ter assistido ainda!" É uma série improvável, mesmo sendo Digimon Adventure, mas o que pesa é o fator reboot, o que eu esperava ser uma continuidade intermediária (na mesma linha original que compreende a primeira e segunda temporadas, os OVAs de Tri e o novo filme que fechará a história dos digiescolhidos clássicos). É como um biscoito fora de circulação há anos no mercado e quando volta às prateleiras é com uma fórmula diferente que altera o sabor. Se vou assistir? Talvez sim. Não depende de ser bem ou mal falada, uma hora vou conferi-la. Mas a principal razão para que exista não é nada defensável.

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://www.jbox.com.br/2020/01/19/digimon-nova-serie-animada-estreia-em-abril-sendo-um-reboot-com-os-personagens-classicos/

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