Ele nunca sorriu

Eu acompanhei o parto da mamãe com imenso aperto no coração mas ao mesmo tempo eu podia sentir uma felicidade me contagiar, afinal era meu irmãozinho que estava de chegada ao mundo... Ele é o Adam. O único problema, sendo eu a primeira a notar, era seu comportamento. Não foi o tipo de criança endiabrada que revira a casa toda, mas sim apática... Diria que um pouco fria. Adam não sorria nem para os desenhos na TV. Cócegas? Não. Caretas? Menos. Eu fazia de tudo. Era sempre uma expressão única de seriedade a ponto de ninguém sentir vontade de pega-lo no colo. O garoto só abria aquela boquinha fofa para comer. Como irmã mais velha, fiquei preocupada. Com dois anos meus pais finalmente se convenceram de encaminha-lo a um psicoterapeuta infantil. Com os resultados infrutíferos de várias consultas, se desesperam ao pensarem na escola. De que forma poderíamos contornar a situação de Adam interagindo com os colegas daquele jeito? Ele podia ser sério 24 horas por dia, não da...