Crítica - High School DXD (2ª Temporada)


Quando menos peitos expostos cedem lugar à mais ação como foco.

AVISO: A crítica abaixo contém alguns SPOILERS.

A segunda temporada da série vem com a missão de prosseguir na expansão natural da mitologia (ou das mitologias) diminuindo consideravelmente as doses indecentes de peitos e bundas que fazem Issei Hyoudou sangrar pelo nariz (um clichê que, por sinal, é pouco expressado na obra). Na verdade, a importância que o ecchi tinha a princípio na relação com a mitologia essencial é subtraída para favorecer a ação pelo enriquecimento de história. História esta que só vai aumentando, deixando a mistureba ainda mais absurda, envolvendo magos, Rei Arthur, Excalibur, exorcistas e vampiros.

No que tange à relação de Issei com as meninas peitudas do Clube de Ocultismo, as coisas estão indo de vento em popa para aproxima-lo do seu "incrível" sonho de tornar-se o Rei do Harém (já tinha dito na review anterior que essa motivação é ridícula e patética, algo que ilustra bem a insignificância do personagem como um humano que recebe e trata uma maldição como benção, porque nenhuma alma casta e de coração puro aceitaria viver como um quase lacaio - ou peão - de um demônio, só mesmo uma mente caída na perversão). Akeno, a oferecida, entrando no páreo para disputar o amor do jovem foi um pouco abrupto no enredo, mas tudo bem, relevemos, a diabinha deve ter segurado esforçadamente para reprimir seus sentimentos pelo protegido da sua superiora. Rias se mostra bastante ciumenta com os avanços de Akeno (algumas interações dela com Issei tem umas mensagens meio subliminares heheh) para cima de Issei, formatando nessa altura um estado de disputa que configura gradualmente a atmosfera vindoura de um harém desejado pelo protagonista.

Os arcos mitológicos são bem divididos, mas qualquer mera desatenção pode acabar sendo fatal para que você se perca na história mais do que cego em tiroteio. O que ocorreu comigo em dado momento. São muitos ingredientes jogados no caldeirão de uma só vez, não permitindo que você absorva as tramas isoladamente por um tempo necessário e posteriormente montar o "quebra-cabeça". A temporada inicia numa pegada razoavelmente dramática, enfocando Kiba, até a chegada de Issei era o único membro masculino do clube, a respeito dos fragmentos da Excalibur que foi dividida em várias partes, atraindo as duas exorcistas Xenovia (imagina ela com o nome de Shana x_x) e Irina (que teve um momento na infância com Issei revelado por uma fotografia na qual mostrava uma espada), ambas postas ao combate com Rias e seu grupo. Com o advento de Kokabiel e a trama das espadas chegando ao ápice, Xenovia é recrutada ao Clube de Ocultismo após a primeira das grandes revelações dessa temporada. Deus está morto! Sim, isso mesmo, o Deus bíblico morreu durante uma Grande Guerra que envolveu toda a galera sobrenatural, especialmente as três facções (demônios, anjos e anjos caídos). A maior parte dos conflitos presentes se justificam por conflitos do passado que conta uma longa história.

A amplitude beneficia os dragões, timidamente apresentados no ano anterior, e onde Issei vai de encontro a um rival de grande calibre chamado Vali, o anfitrião do Albion, o Dragão Celestial Branco, que possui um Sacred Gear para ativar seu parasita. O combate entre Ddraig e Albion ocorre lá pelo episódio final. Mas é interrompido por Bikou, o Rei Macaco da lenda da Jornada ao Oeste (na legenda que vi é chamado de Son Goku hahahahah, quem manja das referências sabe do que tô falando). No confronto, algo nunca antes pensado é sugerido por Vali (ele traiu o cara que o acolheu, o líder dos anjos caídos Azazel que vira a casaca): Matar os pais e amigos de Issei. Ooooooh! Que surpreendente! Ninguém imaginava que ele iria apelar para esse jogo sujo. E quando pensávamos que Issei, embargado de fúria, lutaria pela vida dos que mais ama... Eis que tudo isso é jogado no lixo quando surge a terrível hipótese da dimensão onde eles estão (que serviu de local para a reunião do tratado de paz entre as facções) estar se distorcendo, o que afetaria ligeiramente os seios das garotas, deixando-os pela metade. A possibilidade evocou o desespero em Issei como nunca. O cara ficou louco só de pensar em mundo de mulheres com um único seio palpável. Não posso reclamar já que isso é inerente à comédia e intrínseco ao personagem, então faz sentido ele repentinamente colocar os seios das garotas em detrimento da vida dos seus pais (aqueles dois tapados que sorriem para tudo), o que gera boas risadas por mais errática que seja a postura do rapaz no peso das decisões. Graças à esse impulso, Issei despertou o Instinto Pervertido e tirou poder da bunda. Pena que não venceu Vali, faltou pouco para a chapa esquentar, mas tinha mais material pela frente e não iam escafeder com o vilão assim tão facilmente, contrariando o protagonismo "overpower" de Issei com sua armadura dracônica muito irada.

Uma grata surpresa chega antes do embate final que interceptou a reunião pacífica (contando com o Arcanjo Miguel que assumiu o posto de Deus e ainda agraciou Xenovia e Asia com bençãos iluminadas para que pudessem novamente rezar para o Todo-Poderoso ainda que estando morto e como demônios elas não podiam sequer mencionar coisas referentes ao sagrado, nem mesmo ler a bíblia, que já sentiam fortes dores de cabeça). Estou falando do último bispo de Rias Gremory que esteve recluso por um bom tempo. Ele é um vampiro chamado Gasper que confundirá a todos numa primeira olhada. Sim, é o que muitos chamam de trap (para os SJWs trata-los assim é extremamente ofensivo, porque pela "lógica" um personagem de ANIME transgênero chamado de trap - armadilha, em inglês - ofende automaticamente os transgêneros reais x_x). Um garoto vestido de garota e se identifica como tal. Mas devo apontar algo interessante: Os personagens se referem a Gasper como homem. Esse ponto um pouco mais fora da curva na trama geral provavelmente faria os mais fervorosos defensores da causa LGBTQ+ arrancarem os cabelos e chorarem em posição fetal com Rias e cia ignorando a natureza que Gasper adotou para si e sendo conservadores ao chama-lo de "O Gasper" ao invés de "A Gasperina" ou outro nome feminino qualquer. Se as reações seriam as piores imagináveis dessa turminha lacradora, que dirá se vissem como o Issei reage ao fato de Gasper ser "menina no corpo de homem" (não, ele é homem que PENSA SER menina) e o forçando a se portar como homem. Issei é homofóbico por isso? Não, ele só não está acostumado, talvez a primeira experiência com uma "cilada" dele foi esta. O negócio vai mais além para acabar de pirar a galerinha do lacre: Gasper bate no peito e se considera HOMEM quando usa sua poderosa habilidade (que vampiro sombrio!) para ajudar seus companheiros na árdua batalha contra a Brigada do Caos e Vali. Surpreendente nisso é muito pouco. Diga não à ideologia de gênero (é sério).

Nas demais competências, a produção mantém o nível qualitativo e estético da temporada anterior, com artes e efeitos bonitinhos. E quanto ao ecchi... Falta não fez e nas vezes que quebrava a narrativa tão firmemente apoiada na mitologia (apesar da aparente "bagunça") foi mais inconveniente do que pertinente, o que não foi o caso do arco primário. Porém, impressionante ver que Issei é de uma sorte que ultrapassa a compreensão normal, conseguindo, com a permissão do irmão da Rias (!), que as garotas do clube fosse morar na sua casa para viverem aventuras promíscuas no seu quarto. A série poderia acabar nesse ponto de virada, pois as guerras entre grupos rivais jamais terão fim e tempos de paz são apenas adiamentos de conflitos inevitáveis (a menos que o final da obra seja "felizes para sempre", aí retiro o que disse).

Considerações finais:

A segunda temporada de High School DXD dá retoques exagerados na história e a ampliação de horizontes descamba para uma confusão involuntária muito sintomática para os mais desatentos, mas traz figuras e conflitos com os quais nos relacionamos bem. Para uma salada mista mitológica é preciso separar bem os núcleos e não seguir fazendo tudo junto e misturado. O sabor resultante disso é bem menos apetitoso, mas a receita em si tem sua parcela de sucesso em outras camadas (eu nunca mais uso metáforas culinárias, tô parecendo o companheiro chato do Ash Ketchum da geração Unova).

PS1: Quero ver mais do Balance Breaker, melhor técnica/atributo desta série disparado. Dress Breaker tá ultrapassado.

PS2: Xenovia foi além dos limites sugerindo que Issei lhe deixasse um pãozinho no forno (se é que me entende).

PS3: Coitado do Gasper tendo que sofrer um duro treinamento para controle das habilidades (ele é capaz de congelar o tempo o_o).

PS4: Os eventos desta temporada são algo se pensar a respeito da essência da série. Talvez nada dentro dessa mistura densa faça sentido. O lucro é o entretenimento, coisa que o anime sabe propiciar eficientemente.

NOTA: 8,0 - BOA

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://highschooldxd.wikia.com/wiki/File:Highschool_dxd_new_midnight_school_excalibur.png

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