Crítica - Homem-Formiga e a Vespa


Menor do que o esperado.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Antes de tudo eu gostaria de sinalar que esse segundo filme do Homem-Formiga não existe em função de um caráter típico de sequência, ele funciona como um episódio não tão aleatório na vida de Scott Lang. Cronologicamente é uma continuação dos eventos do primeiro longa, porém não age em conformidade com uma aura conhecida que possa caracteriza-lo como uma segunda aventura. Guerra Civil é mais sequência de Homem-Formiga do que este aqui em pauta. Podemos defini-lo como um simples filme de dupla heroica e o único que me vem à cabeça nesse seguimento é a atrocidade cinematográfica Batman & Robin (X_X). Mas calma! Nada de comparações ou traçamento de paralelos, nada disso. No entanto, não devemos ignorar que a Marvel desliza nas sequências. Homem de Ferro e Thor foram os azarados nesse ponto.

Uma pena ter que incluir Homem-Formiga nesse pacote nada honroso. O segundo longa do ferroso (com Jon Favreu reprisando seu trabalho na cadeira de diretor) dividiu as opiniões e por mim eu o colocaria no páreo com a aventura da dupla de "insetos". Na trama, Scott permanece em prisão domiciliar (brincando de roubo com a filha, olhem aí o exemplo paterno @_@), mas de repente num banho gostoso de banheira (precisando colocar saco plástico nos pés para não molhar a tornozeleira) ele tem uma visão, um sonho acordado com imagens do passado de Hope e sua mãe Janet Von Dyne dias antes da morte dela numa missão com o marido Hank Pym (inclusive, a explanação dessa cena, que foi um mero flashback no filme anterior transformada em prólogo, foi ótima). Acontece que Janet encolheu tanto, mas tanto que foi parar numa dimensão chamada Reino Quântico - o ápice microscópico da existência, provavelmente - para parar o míssil. Com isso, Hope e Hank se unem persistentemente para ajustarem o túnel quântico e resgatar a moça. Obviamente que essa aparente tarefa fácil (contudo arriscada) poderia sofrer com percalços. Temos a "incrível" vilã Fantasma (uma ex-agente de S.H.I.EL.D.) para atrapalhar os objetivos dos nossos heróis. Ela é bem transparente nos seus intentos (piada infame hahah).

Metido nesse rolo, temos o ex-colega de Pym, Bill Foster (Laurence "Morpheus" Fishburne) que pelo visto tem justificativas plausíveis para os atritos com ele na época de camaradagem nos experimentos. O grande consolo para a trama mornamente pequena (não é piada desta vez) é o ritmo agilizado que o enredo adota e não perde tempo em colocar Foster aliado à Ava (a Fantasma) contra o trio de heróis por um objetivo em comum de salvar uma vida. Ava (Hannah John-Kamen) sofreu um acidente que custou a vida dos seus pais e lhe deu uma habilidade que não é motivo de orgulho para ela. Ainda criança, Ava foi "adotada" por Foster (uma enorme coincidência, por sinal) e seguiu na vida adulta como agente assassina da S.H.I.E.L.D mantendo seu obstinado desejo de recuperar a tangibilidade do seu corpo. Sinto em dizer, mas a Marvel tem uma mão molenga com antagonistas em filmes número 2. Não temos uma antagonista, mas sim uma ANTA. Cheia de ódio no coração, ela até mesmo cogita matar a filha do Scott. E é aí que Foster sinaliza um esvaimento de vilania, aos poucos recobrando a sensatez numa virada de casaca que não surpreende (o Laurence Fishburne tem muita cara de gente fina pra isso) e suas tentativas de convence-la dão errado já que a moça é uma psicopata traumatizada, mas, na prática em tela, não se vê uma vilã de fibra no mesmo teor que outros vilões do MCU. Até para uma sequência de um herói-piada ela se mostrou bem abaixo do que configuraria um antagonismo real.


Na dinâmica entre os heróis titulares nada se sai fora da curva, é uma relação progressiva de muitas formas diferentes e alcança resultados previsíveis, porém satisfatórios. É o filme de estreia da Vespa, natural que pelo aspecto de novidade ela seja bem-sucedida colocada em ação. Não vou fazer aqui uma medição de quem brilhou mais, ambos, somado à Hank Pym (o grande mentor), trabalharam como uma equipe sinérgica e de maneira complementar, logo foram úteis em seus respectivos papéis no terço final (Hope na luta contra a Fantasma e os criminosos que trabalhavam a serviço oculto ao FBI e Scott, como Giant-Man, tentando recuperar o laboratório miniaturizado). A persona cômica de Scott é um reforço excelente para criar a simpatia perfeita e em prol de nos entusiasmar com suas trapalhadas e aqui isso recebe uma dose de imaturidade que provoca risos autênticos (não prendi a gargalhada quando ele sai da escola da filha - para reaver o troféu onde estava o traje miniaturizado que ela tinha levado - lidando com os problemas do encolhimento ao ficar do tamanho de uma criança do primário e disfarçado com um casaco - e o Hank não perde a piada nessa hora, momento bem divertido e à la Sessão da Tarde assim como boa parte da vertente alto-astral incorporada).

No resgate de Janet (Michelle Pfeiffer) nos deslumbramos com a composição do Reino Quântico e o espectador é brindado com efeitos especiais de grande nota nesse estranho e intrigante mundo subatômico. Entretanto, o reencontro de Hank e Janet não pareceu nada menos que uma conversa do tipo "E aí, como vai? Faz tempo que a gente não se vê né? Quantos dias mesmo?". Os dois passaram ANOS sofrendo com a ausência um do outro e ainda tendo uma filha deixada com um amargor lutuoso no coração ainda criança (a carga dramática em relação à própria Hope é eficiente, transborda emoção adequada) e me vem com aquelas caras de paisagens como se o momento crucial daquela missão não significasse a conquista que Hank tanto se esforçava para concretizar. Poderiam ter adicionado as lágrimas na pós-produção. Mas felizmente veio Evangeline Lilly e sua ótima performance de Hope para nos fazer desconsiderar o momento sem graça entre a mãe e o pai. Com o bônus de Janet curando "miraculosamente" (o pior é que nada envolvendo isso ou qualquer outro elemento científico e "complexo" é explicado quando gera dúvidas, o público não tem PHD em ciência das partículas e tampouco é adivinhador x_x) a doença de Ava desembocando na redenção da vilã. Este sim é um filme pequeno demais para mentes grandes não exigentes.

Considerações finais:

Homem-Formiga e a Vespa não é um filme do Homem-Formiga, mas sim de ambos. Porém, segue o "padrão" de sequências da Marvel Studios em que não se aproveita muita coisa para uma trama mediana que não se prova à altura do antecessor. É definitivamente uma Sessão da Tarde tendendo a ser menos nostálgica no futuro tal como no presente é um filme menos significante dentro do MCU. Menor no escopo, menor como filme e menor em relevância ao universo em que está inserido. Mas o Homem-Formiga continua o mesmo trazendo a comédia dosada que entretém naturalmente.

PS1: O núcleo com os amigos do Scott teve um espaço mais aberto e ainda servindo como impulso no ponto de virada contra Burch e seus comparsas. Ah e o Luis (Michael Peña) é muito chato.

PS2: Acho que depois disso não é necessário um terceiro filme para o formigão. A relevância dessa sequência é resumida no desenvolvimento da Vespa, mas como deixei claro, os dois estão equiparados no tratamento de destaque pois são, acima da relação oscilante, uma equipe.

PS3: Cassie merece um chance como heroína. A cena final com ela, Scott e Hope num cinema ao "ar livre" é divertidamente genial (mesmo não salvando tudo).

PS4: Quem pagou para ver na telona (não vale a pena, devo dizer) e esperou acabarem os créditos finais deve estar morto de arrependimento. Perder tempo é doloroso.

NOTA: 7,0 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 

*As imagens acima são propriedades de seu respectivo autor e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: https://cinepop.com.br/homem-formiga-e-a-vespa-saiba-o-que-acontece-nas-cenas-pos-creditos-do-filme-spoilers-179787
                                     https://www.einerd.com.br/homem-formiga-e-a-vespa-fatura-us-76-milhoes-em-estreia-nos-eua/´

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