A síndrome do episódio 05 de Dragon Ball Super chegou à Nanatsu no Taizai

Que presentão de Natal hein...

Não que o referido episódio da mais recente série de Goku e cia. seja um certo pioneirismo de animação que parece ter sido feita por algum estagiário que estava aprendendo a desenhar enquanto assinava o contrato. Nem mesmo o venerado Naruto, anteriormente, teve escapatória. Lembro bem das imagens que volta e meia encontrava na internet com o personagem Pain durante uma luta (sei lá contra quem) e se pelas capturas de tela o negócio já transparecia uma coisa bisonha de doer, que dirá vendo as cenas em movimento. Cavaleiros do Zodíaco também sofreu com esse rebaixamento de qualidade na série Alma de Ouro (confira minha review aqui), mas que foi corrigido mais tarde para o Blu-Ray (versão que usaram na dublagem em português, ainda bem). O quinto episódio de Dragon Ball Super foi tão somente o exemplo mais proeminente. E agora chegou a vez de Nanatsu no Taizai (ou The Seven Deadly Sins) ser uma vítima desse trabalho mal-feito (que pode ser justificado, embora isso não o restrinja de críticas fervorosas e zoeiras a valer). O anime de Meliodas (esse loirinho aí da imagem que parece estar sob efeito de alguma droga que dilata anormalmente suas pupilas) recentemente migrou de estúdio após duas temporadas produzidas no A-1 Pictures, ficando na sua atual terceira temporada ao encargo do estúdio Deen.

Particularmente já não via essa mudança com bons olhos, levando em conta a estética bem delineada das duas primeiras temporadas (não era uma primorosidade digna de elogios incondicionais, mas ficava na média, às vezes um pouco acima), temia que a qualidade decaísse vertiginosamente e vejam aí o meu temor, esse mau presságio, concretizado - e isso decepciona tanto quanto não se têm neutras ou baixas expectativas. Essa temporada de 2019 não estou acompanhando regularmente, mais pelo fato de não ter costume de esperar um episódio por semana (prefiro esperar terminar) do que pela falta de confiança no trabalho desse estúdio que fraquejou a mão justo num momento de grande aguardo pelos fãs que é o confronto entre Meliodas e Escanor. Vi comparações visuais com o mangá e não é preciso conferir o episódio (o 12º da temporada em questão, exibido em 25/12) para constatar que o traço não fez jus (é a arte original, afinal de contas). O que aumenta a indignação é o fato da história de Nanatsu no Taizai estar caminhando para o seu desfecho, daí entregam essa animação que parece menos que um rascunho. Será um prazo apertado de finalização que geram esses frames estranhos? Ou pagamento miserê pros animadores? Sendo o motivo que for, não desobriga ninguém a rechaçar e/ou tirar sarro.

Como não estou acompanhando essa temporada, não posso julgar a qualidade geral da animação que o estúdio aplica baseado numa cena de um único episódio. A polêmica se centrou exclusivamente à cena da luta entre Meliodas e Escanor, apesar de haverem imagens, não tenho certeza se do episódio 12, que eu vi no Twitter pela tag #NanatsuDecepção, dos outros personagens como uma mostrando Elizabeth, Ghowther e Merlin em proporções grotescas. E outra, que acabei de lembrar, apresentando um Escanor cabeçudo (quiseram equilibrar com o tamanho dos músculos? x_x). Não espero que o anime receba a mesma segunda chance que tiveram Dragon Ball Super e CDZ: Alma de Ouro. Além de que obviamente não foi o primeiro (e com relação à DBS realmente aquilo não foi uma primeira amostra de desenho fácil e feio, pois DBZ não estava livre dessa inconstância de qualidade, há exemplos notórios que fazem cair por terra o "argumento" de que a animação da fase Z era impecável frame por frame) e nem será o último anime a apresentar qualidade mambembe de produção. A staff que cuida de Nanatsu no Taizai deve ser muito fã do King, o pecado da preguiça (não ia perder essa piada).

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://pt-br.facebook.com/KamiSamaExplorer/