Crítica - Dragon Ball Super: Broly


A reinvenção de um personagem antes "impossível".

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

E cá estou finalmente trazendo a review do mais bem-sucedido longa da franquia. Verdade seja dita: De todos os vilões dos antigos filmes da fase Z, Broly, tido no passado como "saiyajin lendário ou "lendário Super Saiyajin", era o mais meritoso de conquistar uma segunda chance para corrigir seu background, ter um desenvolvimento mais ajambrado e certamente tornar-se parte do enredo canônico da série (ainda que essa definição dentro da própria franquia de Dragon Ball tenha ganhado um viés mais subjetivo ao longo dos últimos anos, pois temos o mangá de Dragon Ball Super, produzido por Toyotaro - que recebe umas dicas de titio Akira -, seguindo direções diferentes às do anime embora com os mesmos conflitos). Quando os fãs imaginavam que tal oficialização só chegaria no dia de São Nunca, eis que no início de 2018 o fandom foi bombardeado com a notícia do título do filme e muitos corações palpitaram eufóricos. O Broly de 93 não passou de um esboço mal-feito.

Eu, como grande fã que sou, esperava ao menos uma duração mais extensa, que quebrasse um recorde na história de Dragon Ball. No mínimo duas horas e quinze minutos, um tempo consideravelmente aceitável para um filme de anime vendido como um blockbuster com divulgação intensiva (a bilheteria comprova a força vigente que a obra mantém, é um lucro histórico). Que eu bem me lembre, Toriyama escreveu um roteiro que cobria uma projeção de três horas (ou posso estar ruim de memória de tanta informação que absorvi desse filme durante todo 2018). Talvez fosse cabível que o prólogo, baseado em Dragon Ball Minus, se alargasse um pouco mais além dos trinta minutos a que foram dedicados, quem sabe até para desenvolver Bardock e Gine (o pai de Goku aparece do nada com a roupa rasgada e ferido tentando barrar a Supernova de Freeza que extinguiria 99% da raça saiyajin, pareceu um corte abrupto dando a sensação de que faltou sim alguma coisa). Mais uma vez sofri com o lado ruim de ver trailers. O benefício do roteiro ágil só é bem aproveitado pelo espectador que não liga pra trailers.


Bem, não posso culpar o filme por um erro meu, via com a ânsia de fazer análises (posts que atualmente são descartáveis) numa diversãozinha passageira. Aliás, a condução agilizada evita o cansaço e essa objetividade tem, na sua maioria, pontos a favor, apesar da duração ser um contra bem significativo. Vi dizerem que o novo Broly é "frouxo", isto sem dúvidas partiu de alguma viúva da antiga e descerebrada (não que esta nova também não seja, porém em doses regulares) encarnação do guerreiro, ou seja, essa pessoinha queria um Broly diferente apenas na roupagem visual mas mantendo o caráter (defeituoso) do anterior. Esse Broly emana muito mais personalidade que sua contraparte filler, com um ar inocente e primitivo, mais envolvente que o antigo que na forma base ficava com aquela cara de poucos amigos. É um exilado homem das cavernas forçado a viver como tal por mero despeito de um rei prepotente que não aceitava um indivíduo com potencial maior que seu filho - o herdeiro do trono. Portanto, sim, o Broly de DBS tem uma construção mais simpática e sem preguiça roteirística (até parece que requer muito esforço moldar algo melhor que aquilo u_u).

Este é um filme não somente para todos os fãs, mas especialmente deleitoso para os que tem um afã imensurável de vibrar com porradaria ininterrupta. O combate tem uma direção organizada. Claro, faz sentido Broly partir pra cima de Vegeta inicialmente, visto que o príncipe é alvo da vingança de um ressentido Paragus (cuja velhice não o permitiu capturar o movimento furtivo de Cheelai na hora que ela rouba o controle de tortura para proteger seu amiguinho emocionalmente instável =P) e inclusive achei graciosa a transformação de Vegeta em Super Saiyajin God por mais que minha opinião acerca da forma permaneça imutada. Logo em seguida, após Vegeta tomar uma boa coça, chega a vez de Goku efetuando um confronto de fazer abrir aquele sorrisão no rosto (não por ele apanhar feito um condenado, mas pela empolgação gerada pelas "coreografias", provando que Dragon Ball intensificou seus modos de representar lutas para criar impactos de intenção à "apoteose", algo muito visível em DBS, especificamente no Torneio do Poder). Por fim, ambos resolvem unir forças contra o oponente, como dupla e fusão respectivamente, fechando essa boa ordenação de rounds (não contando com Freeza, sua luta foi apenas intermediária - e por 1 hora, coitado do Imperador do Mal). Cheelai e Remo se fizeram ótimos apoios, de fato.


Enquanto a canonização de Broly veio com uma justificativa compreensível, o mesmo, infelizmente, não pode ser dito a respeito de Gogeta - e isto aqui não é birra minha porque errei na teoria de que ele não iria aparecer, calma lá. Desde o início, quando a participação de Gogeta estava no campo hipotético, eu questionava se sua inserção era necessária, tendo em vista que a fusão Metamoru tinha uma baixa condição de poder comparada à Potara. Porém, vendo a estupenda luta contra Broly (que teve lá seus exageros visuais, como a quebra da realidade, por exemplo), percebo que fica a debate a diferença de poderes de ambas fusões, se são equivalentes ou não, uma resposta oficialmente canônica não existe ainda pra isso. Mas sobre o Gogeta no filme, concluo, com lamento, que foi mesmo forçado. A regra dos 30 minutos de tempo-limite não teve revogação, o que acabou sendo um custo. Erraram a fusão duas vezes, logo tiveram de esperar uma hora até acertar, o que foi um tanto absurdo. Broly estava ocupado com Freeza (na sua forma dourada) e Whis não interferiria nem se o saiyajin surtado arrasasse com toda a Terra. O que o Shin estaria fazendo naquele momento? Goku podia teletransportar-se numa boa ao Planeta Supremo e pedir os brincos. E a desnecessidade de Piccolo é sem tamanho.

O namekuseijin exerceu o papel de "professor" à dupla para ensina-los a fusão de passos constrangedores. Goten e Trunks terem errado a fusão na saga Boo não tem nada demais, afinal são crianças. Agora dois tiozões como Goku e Vegeta? Evidente que nunca haviam feito antes, mas dada a emergência teriam o mínimo de disciplina para acertar de primeira ou errar uma única vez, mesmo com Vegeta fazendo a contragosto. Em suma, embora tivesse rendido uma luta capaz vidrar os olhos na tela, exceto por uns exageros aqui e ali, Gogeta era a opção que Goku menos pensaria naquele instante, chegando a ser estranho que Shin não pudesse ser mencionado. Mas tem um detalhe que talvez para alguns invalide essa reclamação. Como se trata de uma franquia caça-níquel, a Toei tem mais é que nadar em dinheiro vendendo bonequinhos e aí está a justificativa para Gogeta SSJ Blue, bem como à sua participação geral no longa. O que manda é o faturamento.

Considerações finais:

Dragon Ball Super: Broly é um presente para os amantes de lutas incríveis que um battle shounen deste naipe consegue proporcionar. Que seja bem-vindo esse velho-novo personagem que só tem a crescer junto a tudo que concerne a obra.

PS1: Espero que mantenham esse filtro lindíssimo de animação, contudo não para uma recontagem do filme numa possível continuação de Dragon Ball Super (por favor, Toei, esse é o filme que menos serve pra isso!).

PS2: O desejo patético do Freeza é adquirir mais 5cm (x_x). Reduziram o melhor vilão da franquia à uma tentativa fraca de alívio cômico quando o oceano de sangue que o personagem tem nas mãos continua pesando.

PS3: Por outro lado, a ignorância do Goku quebrar um momento de tensão (perguntando o que significa inóspito pro Freeza hehehe) e o desprazer de Vegeta em fazer a fusão conseguiram tirar uns bons risos.

PS4: Broly não devia ter testemunhado Freeza matando Paragus para provocar uma reação mais natural? Só viu o pai morto com um buraco no peito sem nem conjecturar lá nos profundos e nebulosos resquícios de sanidade mental quem fez aquilo. Além disso, teve o desejo à Shenlong feito por Cheelai para manda-lo de volta ao planeta Vampa (local onde a cápsula do pequeno Broly caiu após a ordem de exílio do Rei Vegeta) para salva-lo de uma morte pelo Kamehameha de Gogeta, mas caso Broly morresse poderia revive-lo naquele momento.

PS5: Uma última opinião sincera: Não gostei tanto desse Bardock limpinho e cheiroso (e ainda por cima tendo a ideia de mandar o filho para outro planeta por pressentimento ruim quanto a Freeza, logo aqui fez falta o lance do poder de prever o futuro, o que, porém, consumiria minutos que o filme não disporia para alongar o prólogo). O visual antigo fazia mais jus à imagem de um saiyajin de classe baixa. Mas a cena da despedida à Kakarotto emocionou (a mãe é a que mais sofre).

COMO CRÍTICO:

NOTA: 8,0 - BOM 

COMO FÃ: 

NOTA: 9,5 - ÓTIMO 

Veria de novo? Sim/Com certeza. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://www.wired.com/story/dragon-ball-resurgence/
                                   https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/filmes/2018/10/dragon-ball-super-broly-goku-crianca-aparece-em-nova-arte-do-filme
                                   https://www.comboinfinito.com.br/principal/gogeta-blue-enfrenta-broly-em-novo-video-de-dragon-ball-super/

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