Crítica - Independence Day: O Ressurgimento
Sabe aquela tentativa confiante de ser mais e melhor do que na primeira vez? Pois é...
AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.
Antes da review começar, é extremamente pertinente que eu deixe linkado um antigo post no qual listei dez continuações que considero desnecessárias. Leia e divirta-se clicando aqui. Agora sim indo direto ao que interessa (ou nem tanto, visto que o negócio é complicado pra no mínimo gostar como passatempo). Acredito que o maior risco abraçado, e não exatamente dimensionado pela equipe, se deveu ao próprio esqueleto da trama num investimento para uma sequência ambientada 20 anos depois do primeiro longa tanto interna quanto externamente (no tocante à produção). Quantos filmes de invasão alienígena haviam antes do Independence Day com o Will Smith? E quantos filmes deste rentável subgênero da ficção científica existem antes de "O Ressurgimento"? Normal imaginar que sejam poucos os exemplares de fato destacantes e precedentes a empreitada atrativamente impactante de Roland Emmerich no ano de 1996. Por outro lado, anteriormente ao segundo filme temos uma cacetada de produtos usando e abusando das catástrofes alienígenas, o cinema americano até hoje persiste sugando disso e desconhece a última gota. Resultado: uma bagaça genérica pra burro.
O design das naves está bem atualizadinho pra casar com o teor futurístico expressado nas amostras de inovações tecnológicas haja vista o salto evolutivo nesse setor com o aprimoramento bélico após os americanos "pegarem emprestado" os bregueços dos aliens para que numa eventual revanche eles pudessem receber o troco com sua própria tecnologia. A questão é do porque dos bicharocos demorarem duas décadas pra contra-atacarem. O sinal de socorro enviado no dia 4 de Julho de 1996 pela combalida frota de batalha só chegou ao conhecimento da outra parte do exército 20 anos depois, o envio levou todo esse período por incrível que pareça. A lua é a primeira a sofrer os efeitos da vingança dos derrotados, mais precisamente as bases norte-americanas instaladas. Devo dizer que a fotografia dos filmes de Emmerich é um deleite que por vezes chega a ser meio assustador, nesse quesito consegue ajustar uma boa nitidez para fins de realce da escala épica do espetáculo destruidor, apesar da deste segundo (e descartável) capítulo assemelhar-se ligeiramente à de 2012. E sinceramente tô com uma baita preguiça de falar dos personagens, basta afirmar que são rasinhos feito pires (especialmente Jake Morrison, noivo da filha cara-de-choro do ex-presidente, interpretado por Liam Hemsworth que forçou a barra no alívio cômico - mijando na frente dos aliens, pra distraí-los, e mostrando o dedo do meio, que bela vingança pela morte dos pais x_x). Jessie Usher interpreta a fase adulta daquele garotinho simpático que vimos ao lado de Will Smith (o herói da guerra de 96 Steven Hiller) no longa anterior (além de Um Maluco no Pedaço, claro) e seu background é muito mais devido à sua ligação óbvia com o tão desejoso personagem de Smith por ser enteado do mesmo. Jeff Goldblum está bem, mantendo o nível do papel do cientista David Levinson, e de todos os retornos o dele era claramente o mais certo.
Não há nada que esteja no filme que não esteja também nos trailers, principalmente em relação às cenas de destruição colossal (lentas e meio artificiais), o que serve de aviso para quem não costuma ficar alheio às prévias pois nem sempre spoilers são potenciais de estragar sua experiência, um ou dois trailers podem dar conta, então é importante se auto-controlar no hype. Sobre as adições em prol da grandiloquência, seria injusto falar que me desagradei também com a esfera alienígena de I.A, saída da primeira nave abatida na lua, mas uma parte de mim sente que foi uma conveniência meramente jogada para apresentar informações privilegiadas de bandeja aos humanos que apesar de estupendo desenvolvimento ainda são despreparados para guiarem-se nesses saltos gigantes porque as circunstâncias sempre irão ditar a forma como prosseguirão (para o bem ou para o mal) nessa jornada de descobertas para explorar a imensidão do universo e dar de cara com outras espécies extraterrestres. Pois já dizia Einstein que duas coisas são infinitas: O universo e a estupidez humana.
Considerações finais:
Declaro como bom aficionado por ficção científica que Independence Day: O Ressurgimento é uma sequência desprovida de propósito para existir tal qual ilustra um oportunismo descarado típico de um marketing caça-níquel e além do mais tenta repetir a estrutura do primeiro, não obtendo nenhum sucesso a não ser enquadrar-se no filão de invasões clichês, o que é uma grande ironia visto que o clássico longa de 1996 reproduziu um evento catastrófico de qualidade (e temido no fértil imaginário humano) que presumivelmente inspirou a safra abundante dos anos 2000.
PS1: Se Will Smith fez falta? Não só ele assim como também um bom filme tenso de sci-fi.
PS2: Matando a rainha todas as naves caem e a nave-mãe bate em retirada. Fácil demais né? Mas gostei do embate final.
NOTA: 5,0 - RUIM
Veria de novo? Não.
*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
*Imagem retirada de: https://www.planocritico.com/critica-independence-day-o-ressurgimento/
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