Crítica - Pets: A Vida Secreta dos Bichos


O que será que eles aprontam quando seus donos estão fora?

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Primeira animação que vi da mesma casa dos Minions, a Illumination Entertainment, ela me conquistou pelo simples fato de incluir os melhores amigos do homem como protagonistas de uma aventura a la Toy Story e meio que com ecos de características que remetem ao estilo da Dreamworks também. A premissa do filme é super-básica, é aquele tipo de animação ideal para ver em família e como tal se faz muito competente. Porém, há traços mais pesadinhos que eu, pessoalmente, não esperava tanto, como Max e Duke - a dupla protagonista - tentando provar ao coelho Snowball que odeiam seres humanos e como se livraram de seus antigos donos, especificamente quando Duke diz (mentindo) que os matou. Não que seja um problema, mas, de qualquer forma, foi inesperado. Até porque é uma animação infanto-juvenil, normal existir esses aspectos mais carregados.

O grande alicerce narrativo do longa é o que humanos representam na vida dos bichinhos. Max tem uma vida perfeita como cão tendo sua dona lhe dando tudo do bom e do melhor até que ela resolve trazer uma companhia, um vira-lata chamado Duke que é manifestação de uma mudança que chega para quebrantar o cotidiano tranquilo e folgado do cãozinho que gostaria muito de permanecer como único no coração de Katie. Isso faz lembrar (pelo menos pra mim) automaticamente da trama de O Poderoso Chefinho na qual um filho único se vê deslocado e ignorado com o advento do irmão mais novo. O previsível em comum é a dupla superar suas diferenças e seguir numa jornada aventuresca em meio a algum conflito pré-estabelecido. E outra coisa em comum com a animação da Dreamworks: A sinergia é construída muito bem organicamente.

Max e Duke consegue ser uma dupla tão carismática quanto os demais personagens que agem praticamente como um time de agentes secretos impulsionados à uma missão de resgate (priorizando o Max, sobretudo a cadelinha Gigi que tem paixonite por ele) onde passam por alguns locais que os dois cães principais estiveram durante o incidente envolvendo perda de coleiras, briga com gatos de rua e carrocinha que simboliza o ponto de partida ou o chamado para a aventura - em outras palavras, é aí que o filme começa realmente e as engrenagens giram mais rápido. Tem esse quê de Toy Story que dificilmente saía da cabeça. Afinal, os dois primeiros filmes de Toy Story tem seus conflitos voltados à resgates, um repeteco relevável pela execução. Aqui a missão toma diversos rumos empolgantes, trazendo sequências de ação bem inspiradas e tenho que citar a apresentação do grande antagonista, o coelhinho badass Snowball que lidera um grupo de animais revoltados com a humanidade e nesse núcleo encontra-se o viés relativamente filosófico que, inclusive, levanta, mesmo que superficialmente, a questão dos maus-tratos (com enfoque no porco Tatto - porque fazer tatuagens num animal não é lá um ato de afeição). Tudo que Snowball, cujo esconderijo é um esgoto, almejava era simplesmente o amor do seu dono e carregaram um ódio profundo dos humanos ao ser abandonado. Esse anseio é compartilhado com toda a sua horda de "soldados" (incluindo até mesmo uma víbora santificada que recebe funeral), a maioria deles com históricos ruins em relacionamentos com humanos seja com donos ou não. São vilões com motivação compreensível, mas que não tardam a voltar atrás ao enfim se sentirem tocados por sentimentos positivos - sobretudo Snowball que acaba por ser adotado por uma garotinha e temporariamente abandonado por seus companheiros.

Outro grande elemento a ser pontuado e destacado é Duke. Muito além da sua parceria com Max, relação esta que evoluiu a partir de uma rivalidade onde ele era o "cara mau" que se faz de bonzinho, o personagem ainda tem um arco dramático brevemente desenvolvido quando ele conta a história com seu dono e do qual acabou se perdendo e depois lamentando por ele não ter ido procura-lo. O ápice dessa história à parte ocorre quando a dupla visita a antiga casa do dono de Duke, agora com novos moradores (sim, realmente foi previsível que Duke soubesse da morte do seu dono). De resto, não tem nada do que se reclamar, a diversão tem pra dar e render num desenvolvimento que é nitidamente empolgante em várias cenas e gera o efeito de prender à história sem forçação.

Considerações finais:

Pets: A Vida Secreta dos Bichos é uma das melhores animações lançadas em 2016 do tipo que fez me questionar "porque não vi antes?". Tirando o primeiro ato introdutório mas pouco movimentado (ou muito "lugar comum"), é numa aventura mirada num resgate aliada a uma mensagem atrelada ao conflito da trama que o filme encontra sua verdadeira força para entreter como toda boa animação se dispõe com personagens carismáticos que dão aquele gás bem bacana na história.

PS1: Todos os clichês são perdoados pela boa condução (por exemplo, a dupla com opiniões, gostos e personalidades totalmente diferentes que se odeia e no final, após um tempo juntos movido a um problema, é só broderagem).

PS2: Interessante como o cérebro humano processa a voz dos cães como latidos enquanto os cães ouvem os humanos falarem normalmente a linguagem deles que também é falada por cães e outros animais quando estão reunidos.

NOTA: 8,5 - BOM

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://www.anda.jor.br/2016/12/filme-pets-a-vida-secreta-dos-bichos-tem-sessao-gratuita-para-incentivar-a-adocao-de-animais/

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