Crítica - Independence Day


A melhor retratação de invasão alienígena do cinema?

Crítica originalmente escrita em 17/03/2019.

Para que um filme-catástrofe seja avaliado como minimamente bom é preciso muito mais do que apenas "desligar o cérebro" e baixar a empolgação pra acabar não exigindo tanto do produto. Certamente com esse sub-gênero de fato não dá mesmo pra esperar um roteiro potencial de ser oscarizado. Prosseguindo o raciocínio inicial, não depende exclusivamente do espectador, embora levar ou não o filme a sério seja um critério pertinente. O longa precisa executar com segurança a tragédia/desastre/hecatombe que o roteiro explana meramente como um fator atrativo que dá forma aos desdobramentos e logicamente sendo sua principal fonte de conteúdo. E Independence Day obedece exatamente a esse modelo de abordagem do qual nada vai além do conflito-chave. Não é um filme demasiadamente nacionalista, dá pra levar numa boa a liderança orgulhosa que os EUA assume na guerra contra os alienígenas que vieram em missão de colonizar o planeta Terra ao custo da exterminação da humanidade. Se um filme desse naipe e com essa temática fosse idealizado e gravado no Brasil (num idílico mundo onde nosso país tem condições favoráveis de boa produção cinematográfica em vez de um monte de besteirol pastelão com atores globais), que outro lugar você acha que seria o palco de exibição da grande batalha (apesar da calamidade afetar todo o mundo)? Até porque nesse mundo perfeito dinheiro teria que nascer em árvore pra bancar um EUA cenográfico né? Então, pra quem é hater do ufanismo americano, não adianta reclamar se o filme é feito lá.

A película é estrelada por Will Smith e Jeff Goldblum, porém particularmente enxergo uma aventura desprovida de protagonistas, ainda que o carisma do "maluco no pedaço" ajude nuns roubos de cenas, mas felizmente o personagem tem caráter divertido sem ser irritante (o próprio Smith parece se divertir no papel, a maneira como ele reage ao abater a nave alienígena na boa - e tensa - cena de perseguição ilustra isso) e o roteiro dispõe seus elementos de modo que o destaque ocorra para todos os núcleos satisfatoriamente (ninguém aparece muito pouco ou superexpositivamente). O diretor pode ser o Roland Emmerich, mas o show de destruição épica fica bastante concentrado no segundo ato com os implacáveis ataques dos aliens sobre os edifícios de maior renome na cidade de Washington. Os aliens bem que poderiam responder a um chefe que soubesse todos os dialetos humanos (decorrido de uma boa colheita de informações variadas sobre tudo) e oferecesse um prazo aos humanos até o dia 4 de Julho (que celebra a independência americana) pelo mesmo entender que os EUA é a civilização mais importante do planeta, só que aí daria um ponto de partida para a trama ficar mirabolante demais a um filme que deseja manter-se na proposta de demonstrar as reações dos seres humanos a uma invasão alienígena e como encarariam as consequências a partir dali. A resolução do vírus na nave-mãe pra desativar os escudos de força das naves elucida que o espetáculo é priorizado, mas ao menos o grau de periculosidade dos aliens possui dimensão para não tornar nada fácil e assumir a verdade indubitável de que toda guerra de proporções alarmantes pode exigir sacrifícios.

Considerações finais:

Independence Day não deixa de lado os dramas pessoais de seus personagens e nem permite criarem cenas desnecessárias que tirem o foco central, apresentando um estilo efetivo de invasão alienígena que traz à tona o medo da humanidade pelo desconhecido, bem como a coragem para enfrenta-lo diretamente, e ao mesmo tempo não faz um endeusamento da nação americana quanto a importância da data (diria que o presidente é o melhor personagem, sobretudo pelo seu discurso motivador - não voltado somente ao seu povo) abrindo espaço para que os demais exércitos também atuem bravamente para livrar nosso planeta (ou será que não estritamente nosso?). Respondendo a pergunta: Sim.

PS1: Insistindo aqui no imaginário filme ambientado no Brasil: o ET de Varginha deveria de ser de obrigatória inclusão no roteiro. Ficção científica mais brasileira que isso impossível heheh.

PS2: Estudos apontam que curso de pilotagem de nave alienígena é um dos mais rápidos e eficazes sem necessidade de tutor. Será que vinha com um manual?

PS3: A Jasmine ganharia meu repúdio infinito caso se atrevesse a largar o cachorro na onda de explosão.

PS4: Uma alternativa legal seria ocultar as aparências dos aliens, instigar essa dúvida de como eles são fisicamente. Contudo, as cenas na Área 51 acabariam perdendo impacto e relevância.

PS5: Por que excepcionalmente não dei spoilers nesta crítica? 1) O filme é previsível ao extremo (ou alguém espera plot twist arrebatador de um filme assim?). 2) Creio que a maioria já tenha visto, mas o motivo 1 pesou mais.

NOTA: 8,5 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi utilizada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.

*Imagem retirada de: http://noset.com.br/cinema/independence-day-1996/

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