Crítica - Zé Colmeia: O Filme


Precisava mesmo?

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Novamente movido por mera curiosidade, fui conferir mais uma adaptação de um desenho animado para o formato cinematográfico (ou nem tanto assim olhando o caráter trash da produção) e já manifestei aqui, na crítica do live-action de Pica-Pau especificamente, o meu parecer com relação a essas apostas de levar animações consagradas e nostálgicas para interagir com pessoas de carne e osso com direito a renderização decente de CGI. Mas esse filme do urso glutão que rouba cestas de piquenique teve seu lançamento há 8 anos (2010) e não queria outra vez bater na mesma tecla nesse tipo de longa.

Das aventuras do Zé Colmeia na mídia que o consolidou, eu admito que não vi nem um terço, foi numa vez bem perdida, sem lembrar em qual época da minha vida exatamente vislumbrei a dupla em desenho animado, portanto, infelizmente, não é um dos desenhos que fizeram parte da infância igualmente como Pica-Pau, Looney Tunes e tantos outros. O plot em geral traz déja vús constantes a respeito do que foi mostrado no longa do Pica-Pau, uma similaridade a se considerar. O personagem com o seu habitar natural ameaçado por humanos que detém um grande poder aquisitivo. A introdução de Zé Colmeia e Catatau se dá agilmente, o filme não perde tempo apesar das típicas enrolações aqui e ali, mas em dado momento, lá pelo fim do segundo ato, já não sabe pra onde andar.

O prefeito deseja fechar o parque Jellystone por conta da baixíssima renda que ele produz e para conseguir o dinheiro necessário que convença-o a mudar de ideia o guarda florestal Smith (o que você tá fazendo aí Tom Cavanagh?) organiza a comemoração do centenário do parque com fogos de artifício. Previsível que no fim das contas o negócio ia degringolar bonito. Graças a Zé Colmeia e sua postura exibida, além do parceiro traidor de Smith que é um paspalho rendido à conversa fiada do prefeito - um antagonista que verdadeiramente sabe fazer odiar, faz querer que ele se dê mal (é a cara do Bill Gates, por sinal). O grande problema de filmes dessa natureza é serem muito econômicos no campo estético. Tudo bem que a computação gráfica está no mínimo aceitável para Zé Colmeia e Catatau, mas era de se esperar que o roteiro desse aos ursos um tratamento indigno. A dupla não ultrapassa a barreira da coadjuvação forçada que lhes foi imposta e seguem pela maior parte do longa relegados à esse papel injustamente e quem ganha o doce são os humanos, em especial Smith.

As cenas "aventurescas" envolvendo as invenções malucas de Zé Colmeia pouco transmitem alguma emoção que pudesse fazer a minha criança interior vibrar e despertar nesses instantes. Não deu. O clima de produção televisiva parece não ter caído bem ao que um live-action bem-humorado do personagem podia oferecer. A missão de reconquistar o parque recai a Smith, motivado pelos ursos, e a forte presença de cena do Cavanagh reduz consideravelmente as chances de um balanceamento entre ele e a dupla, nisso acarreta no roteiro involuntariamente dando à ele a carga pesada de protagonismo que superou o carisma do personagem-título. Por falar nisso, é ele mesmo que embora quase apagado, sendo um elemento destoante por conta da ridícula ideia desses live-actions despropositados artisticamente e que não acrescentam em nada aos personagens, consegue emitir seu carisma divertido com seus trejeitos engraçados nas pouquíssimas cenas seja com humanos ou nas ínfimas interações com Catatau sem a presença deles. Contrapartes boas num filme que não merecem.

Considerações finais:

Pouco realmente se consegue aproveitar de Zé Colmeia: O Filme que deveria se chamar "Parque Jellystone: Missão Improvável" pois o mais básico dos deveres de um live-action de animação cartoon é atribuir tempo de tela que respeite a homenagem feita às figuras colocadas em tela literalmente em suas formas originais apoiado no CGI que nem sempre colabora. Se o visse ainda criança e alugado de uma locadora, certamente não ia seguir a tradição de rever sempre no mesmo dia pela atmosfera meio apática e sem muita energia que o permeia integralmente. Previsível do início ao fim e com pouco fôlego, o longa-metragem de Zé Colmeia é um passatempo da espécie mate-seu-tempo.

PS1: Além do mais, é válido para Sessão da Tarde do que o filme do Pica-Pau, mas combina melhor com o Cine Aventura da Record que nem faço ideia se existe (Record ainda exibe filmes?).

PS2: O personagem de Canavagh tem uns momentos bem vergonha alheia e seu romance com a documentarista Rachel (Anna Feris, a Christy da série Mom) recebeu mais atenção do que deveria.

PS3: É um roteiro cíclico, tudo começa bem e termina bem da mesma maneira, como se nada ao meio tivesse acontecido.

PS4: O desmascaramento do prefeito em plena campanha para governador ao público é o ponto alto. Todo político ambicioso merece se ferrar assim, com áudios, vídeos e até nudes vazados.

PS5: Como o enredo estava visivelmente perdido, inventaram da tartaruga de estimação do Zé Colmeia ser uma rara espécie para ser usada como moeda de barganha na salvação do parque.

PS6: Pra finalizar, reafirmo: Nem todo desenho animado é convertível a mídia cinematográfica de modo que pareça tão divertido quanto e menos galhofa. Não funciona com todos!

NOTA: 4,0 - RUIM 

Veria de novo? Não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.

*Imagem retirada de: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/urso-ze-colmeia-enfrenta-politico-corrupto-em-estreia-da-warner-6659

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