Crítica - Dragon Ball Super (Arco 6)


Dragon Ball, uma série que, assim como os saiyajins, desconhece limites.

AVISO:  A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Arco 06: Sobrevivência do Universo

OBS: Como pode perceber, essa review se trata exatamente da versão anime do arco. É uma possibilidade fazer uma a respeito do mangá, mas não inteiro, somente cobrindo o Torneio do Poder.

Você já parou para pensar que Dragon Ball Super repetiu uma maneira que Dragon Ball Z utilizou para dar uma sensação de "fechamento" ou "despedida"? Eu me refiro ao fato de ambas as séries possuírem duas aberturas (não conta Cha-la Head Cha-la das sagas Androides e Cell que tem apenas algumas imagens diferentes incluídas para tematizar) com a primeira servindo para quatro ou cinco arcos e a última sendo bem diferente simplesmente por representar o último arco. Com essa ideiazinha em mente, não seria surpresa alguma um anúncio de que a série teria sua transmissão finalizada após tal arco (no caso de Dragon Ball Super a abertura 2 foi 100% temática), certo? É praticamente um padrão. Até o DBzinho teve sua última (também segunda) abertura completamente referenciada à saga da qual ela é correspondente (Piccolo Daimaoh/Piccolo Junior).

Não fui pego de surpresa pelo anúncio em si, mas não esperava que fosse ocorrer tão cedo. No fundo já existia uma suspeita meio reprimida de que o maior torneio de artes marciais da história da franquia seria responsável por encerrar mais um ciclo e mais uma era (os encerramentos, inclusive, reforçavam esse pensamento que levava a acreditar numa possível ligação com o Z para enfim se despedir - por enquanto - dando indícios no mínimo curiosos seja em trechos das letras das músicas ou pelas imagens que sugeriam o fim iminente da série com tanta nostalgia escancarada). Mas podia não ser assim? Dando uma opinião sincera aqui (quando eu não dou, afinal?), eu afirmo que sim... o pessoal da Toei poderia ter trilhado pelo menos mais um caminho e mais internamente ousado na questão de elaborar novos plots como por exemplo adaptar algum arco de Dragon Ball Heroes (cof cof reino dos cof cof demônios) e quando digo adaptar quero dizer aparar algumas arestas e deixar tudo mais polido para que tenha algum encaixe no que DBS deixou para trás e, claro, comprometido com a coesão e coerência (que neste arco especificamente não foi tão maltratada assim).

Querendo ou não, Dragon Ball Super marcou sim uma era envolvendo polêmicas (como esquecer do calamitoso episódio 05?), teorias ("GT vai se ligar ao Super, 80% confirmado, tá no guia hein!"), clickbaits, emoções, vibrações, decepções, fan-arts, action figures, exibições públicas e etc. Mesmo desejando profundamente uma continuidade ao anime na TV, não tem como não defender que a magnitude dessa saga é adequada para simbolizar aquilo que ela se propôs desde o início (e infelizmente mal sabíamos) que pareceu ter dado origem a um outro anime de Dragon Ball esteticamente superior aos 76 episódios anteriores. Jiren, o imbatível guerreiro do Universo 11, não é exatamente um vilão, um antagonista propriamente dito, muita gente deu uma perspectiva equivocada ao cinzento (Et Bilú, como muitos adoram chamar) quando na verdade ele é apenas um oponente rivalizando acirradamente com Goku tal como foi Paikuhan, Bills e Hit e portanto os únicos vilões principais de fato acabaram por ser Freeza, Goku Black e Zamasu (o do futuro). Vou te dizer qual realmente foi a grande ameaça desse torneio: a morte. Sim, isso mesmo, nada mais e nada menos que a própria morte definitiva que é a tradução de ser apagado da existência quando todos os guerreiros do seu universo são eliminados do torneio. É radical, mas dá pra entender visto que, em síntese, é tudo um espetáculo criado para entreter dois deuses que são uma ótima representação da seguinte frase de Constantine (do filme): "Deus é uma criança numa fazenda de formigas. Não planeja nada.".

Outro paralelo interessante a traçar remete à Roma antiga com o Coliseu onde ocorriam lutas de gladiadores para entreter a população (que só queria ver sangue e tripas voando) e os imperadores. É até inútil ou sem sentido criticar os dois Zen'ohs, visto que a mentalidade deles é de uma criança de 5 ou 6 anos e sequer dimensionam o poder que possuem, logo, nesse caso, "antagoniza-los" não é tão justo. Não há muita consciência na execução de seus poderes, então, a julgar pelo comportamento, são seres infantis e imaturos que muito embora tenham ciência da alcunha de ser supremo do multiverso usam desse poder de forma descompromissada e irresponsável justamente pelas suas essências puras e ingênuas que os movem a enxergar todo o contexto como uma diversão. É um ato cruel fazer um universo deixar de existir, mas vindo de duas entidades com mínima compreensão do que são capazes não chega a ser tão inaceitável, eles estão fazendo isso porque podem (apesar da limitação intelectual) e entendem que a situação demanda conforme as regras estabelecidas ao torneio cujo objetivo é definir o universo abaixo da média de nível humano merece existir com os demais que ficaram isentos (jogaram o lance da média pra incluir um determinado número de universos - no caso são oito dos doze - e assim evitar que a coisa toda não se arraste por inúmeros episódios, pelo menos é o que eu acho). E sobre as regras, eu só acrescentaria uma: Ao final do torneio, caso restem dois integrantes de um mesmo universo na arena, é permitido que lutem por quinze minutos a fim de decidir qual deles merece realizar o desejo às Super Esferas do Dragão. Um tipo de prorrogação que eu adoraria ver acontecer entre Goku e Freeza (que com certeza mal bateria com o Instinto Superior).

Já enrolei demais, vamos que vamos para as devidas considerações de alguns tópicos que você confere logo abaixo no mesmo esquema de pró e contra que fiz no arco anterior:

Novo filtro de cores 

Inegável é o fato que a nova direção proporcionou uma maior fluidez na paleta de cores que foi adotada e que minimamente lembra Dragon Ball Z, com algumas oscilações aqui e acolá, mas tudo muito bem produzido em termos de manter o filtro tornando as cores mais vibrantes além de um sombreamento bem destacado (o rosto dos personagens às vezes com uns detalhes de sombra entre os olhos, achei bem bacana, dando uma atmosfera relativamente mais séria) e até as auras de Super Saiyajin (e Instinto Superior) foram beneficiadas. Deveriam ter investido nisso desde o início, claro, mas não é de se contrariar também que esse "verniz" chegou numa hora apropriada.

Goku Super Saiyajin Blue X Kuririn 


Durante a fase de recrutamento (na verdade, esse arco tem três sagas dentro dele: Torneio de Exibição Zen, Recrutamento e Torneio do Poder), mais precisamente no episódio 84, Goku resolveu testar a força de Kuririn numa luta de treinamento que foi assistida por 18, Marron e Gohan no meio de uma chuva (a série utiliza ocasionalmente esse elemento). Mas qual foi o problema? O exagero e absurdo de Goku utilizar o Super Saiyajin Blue contra seu amigo terráqueo numa disparidade forças que ele não se atentou e apelou como se o carequinha aguentasse a potência de um kamehameha (ele até que "rivalizou" um pouco e mostrou mais astúcia que o Goku com os kienzans - vide gif acima) movido ao ki divino criando um dos "cabos de guerra" mais forçados da obra. Aproveitei para transcrever um comentário meu no vídeo do canal Tragicômico (caso queira conhecer, recomendo bastante, pode clicar aqui) sobre os piores momentos de Dragon Ball Super (link do vídeo) e foi exatamente sobre essa luta: Os roteiristas parecem ter uma espécie de fetiche com essa transformação (que eu particularmente acho melhor que o God). Enquanto que o SSJ3 teve uma escassez de aproveitamento, o Blue foi superexposto ao ponto de ser utilizado nessa forçação aí. Não precisava esclarecer a utilidade do personagem para o Torneio do Poder "fortalecendo-o" exclusivamente a esse momento, especialmente contra Goku. A impressão que tenho é que nerfam e fortalecem personagens quando é conveniente, num "passe de mágica".

Abertura (Limit Break X Survivor) 

Bem distante de ser classificada como algo no naipe "obra-prima", contudo detém ótimos enquadramentos, seguimentos e movimentações, sobretudo na apresentação dos então novos personagens (deuses, anjos e guerreiros) correspondentes ao universos competidores e isentos, tudo isso embalado pela contagiante música de Kiyoshi Hikawa (com trechos para lá de sugestivos em relação à trama) e ganhando assim mérito superior ao da abertura passada (Chouzetsu Dynamic) que musicalmente não evocava a mesma intensidade. Definitivamente, parelha à Cha-la Head Cha-la.

Personagens jogados fora? 

Nenhum outro universo além do sexto e do décimo havia sido antes apresentado na série e ao ser lançada a ideia deu um torneio reunindo todos os universos para agradar Zen'oh-Sama na sua chegada-surpresa logo ao final do torneio entre o sétimo e o sexto universos criou-se então uma certa expectativa de que não demoraria tanto para vermos personagens inéditos. Mas vem a questão delicada do desenvolvimento que ficou acentuada no desenrolar do Torneio do Poder. Titio Akira e a equipe da Toei elaboraram concepções para os diversos personagens que integram o torneio contendo mais de 80 personagens criados. O que vem depois do torneio é o ponto mais sério dessa questão. O fim de DBS foi anunciado pouco tempo antes dos episódios derradeiros e o filme no final do ano passado e ele será uma sequência dos eventos da Sobrevivência do Universo e até o presente momento parece quase tudo guardado a sete chaves. O mau uso de alguns personagens é uma das razões pelas quais critiquei esse término prematuro da série por conta do enorme leque de possibilidades com 12 universos prontinhos para serem destrinchados. E o que eles fazem? Encerra o anime cedo para mais na frente trabalhar num plot com o universo 07 novamente em foco. Aproveitamento de personagens é uma discussão que se amplia se olharmos para o mangá sobre o qual não vou entrar em detalhes aqui. Problema nenhum o time do U7 ser o centro das atenções, mas dedicar tempo de tela à personagens novos e potenciais (o Universo 11 é exceção à essas ignoradas do roteiro) não causaria nenhum prejuízo ou desfocaria os principais, muito pelo contrário.

O arco mais duradouro de Dragon Ball Super 

Já não era sem tempo né? Com a nova abertura, parecia até mesmo um outro anime de Dragon Ball. Dada a importância da saga dentro do multiverso que se tornou essa história, era bastante preferível que fosse produzida uma leva maior de episódios. Foram 56 episódios ultrapassando, por exemplo, o número padrão de episódios de uma temporada de Beyblade ou Digimon. A equipe da Toei está de parabéns por perceber o quanto o arco merecia esse esticamento, só uma pena que freou tão cedo.

Ribrianne

Nº 18 vs. Brianne de Chatear
Não vou dizer que quem se divertiu com as peripécias da personagem tem problemas mentais, mas também não me sinto capaz de elogiar o desenvolvimento bem como a performance dela. E pensar que essa criatura sem carisma e sem timing para comédia surgiu da mente de titio Akira. Brianne, a bela guerreira do amor do Universo 02, na sua forma original, é criação da Toei e a transformação é de Toriyama (parece que ele é expert em criar personagens insuportáveis, vide Gill). Ribrianne realmente foi um estorvo daqueles que você tem uma vontade imensa de chuta-la pro espaço (peitando até o Jiren vê se não tem que mandar matar uma desgraça dessas). Seu destaque no Torneio do Poder foi no mínimo curioso visto que absolutamente em nada ela acrescentava algo realmente empolgante. O Universo 02 falhou no alívio cômico e o principal artifício para fazê-lo funcionar acabou tão forçado quanto decepcionante. Ademais, a principal causa, a meu ver, dessa chatice constante dela foi por conta do incessante papinho sobre amor. Amor pra cá, amor pra lá, amor isso, amor aquilo... O Poder do Amor de Ribrianne conseguiu ser tão inconvincente quanto sua forma de agir. E que merda de amor é esse que ele tanto exaltava? A única parte minimamente aproveitável foi a elucidação dessa perspectiva distorcida e superficial sobre amor, exatamente na cena em que ela critica a 18 por ser esposa de um careca sem nariz como o Kuririn e no final, ao menos, até ocorre uma repensada de conceito. Se Dragon Ball Super retornasse às telinhas até apoiaria uns episódios focados no Universo 02, mas fazendo um grande favor aos espectadores de manterem Ribrianne bem longe dos holofotes (isso se ela tiver esquecido a lição após a luta contra 17 e 18).

Caulifla e Kale 


A existência das duas saiyajins aliada aos feitos no Torneio do Poder cria um terreno bem fértil para debates, discussões e divergências, principalmente se houver comparações entre mangá e anime. Particularmente, as duas "irmãs" (não de sangue, é uma amizade que de tão intensa chega a parecer como familiar, tanto é que Caulifla age como fiel escudeira de Kale, a famosa "brolyane") não apresentaram tantos problemas em relação ao aproveitamento que tiveram durante os combates, então me satisfaço com a boa dose de destaque que elas tiveram e não tenho implicância com o fato de Kale rivalizar com o Blue (eu sei que há uma explicação mais profunda, mas aqui não vem ao caso) ou até mesmo a fusão das duas, Kefla (que deu trabalho), chegar a determinado ponto para fazer Goku reativar o Instinto Superior (que a venceu porque uma nivelação jogada na cara do espectador seria uma forçação de barra indefensável). Não foi dito que os saiyajins do Universo 06 são mais evoluídos? Justificaria alcançarem níveis de transformação mais rápido. Então não adianta taxa-las de "saiyajins falsificadas" apenas por preconceito impulsionado por saudosismo, é o que se tem de concreto e mesmo tão superficial é a verdade. A despeito das críticas, o fato é que elas brilharam com uma sinergia convincente, fortemente conectadas pelo ideal de sobrevivência, mas, claro, quem roubou um pouco mais a cena acabou por ser a própria Kale e sua escandalosa transformação em Super Saiyajin, indo de uma garota retraída e tímida para uma guerreira enfurecida que num surto quase destrói a arena poucos minutos depois do torneio começar. Podem não emular o carisma dos saiyajins que conhecemos, mas é reconhecível que formaram uma das melhores duplas do torneio.

Overdose de Freeza


Exagerei um pouquinho no título, mas o meu sentimento é verdadeiro no que se refere à reintrodução de Freeza numa nova história mesmo que desta vez ele não atue como vilão - embora sua participação fique longe de mascarar o clichê do inimigo se unir as mocinhos por uma causa em comum. Eu fui um dos críticos severos à esse retorno do Imperador do Mal e externei todo esse incômodo na postagem que você pode conferir clicando aqui e não vou ficar me repetindo sobre isso. O que se tem a pontuar nesse tópico é o tempo de tela dedicado a Freeza que nos primeiros minutos do torneio foi ínfimo para não dizer pífio. O personagem teve um excelente momento no esteticamente excelente episódio 95 como sempre conseguindo roubar a cena e na hora H do conflito... cadê você, Freeza? Tá fazendo o quê? E digo mais: Nos episódios pós-advento do Migatte no Goku'i ele agiu despreocupadamente como um espectador e pensando nisso eu insisto em acreditar que ele foi o membro que menos teve alguma mostra de ação. Coisa que felizmente mudou nos 10 episódios finais. Mas eu ainda bato na tecla: Era mesmo necessário trazer Freeza de volta?

Instinto Superior (Migatte no Goku'i)


Me dava uma certa raivinha, confesso, quando eu ouvia youtubers tratarem essa transformação antes dela ser devidamente apresentada no bem dirigido episódio 110 como uma nova transformação e, pior, sendo chamada de Super Saiyjin Limit Break (usando um trecho de Limit Break X Survivor que cita "uma versão invencível de mim aguarda" como conectivo à nova escala de poder que Goku alcança). Eis que surgiu o Instinto Superior, a técnica dos anjos que nem os deuses manobram plenamente. Um conceito inédito na franquia (e o melhor: bem trabalhado e explicado) e convenhamos que já estava na hora da produção botar a criatividade pra funcionar e inventar novas formas de evoluir poderes mesmo que Goku recebesse um protagonismo absurdo no fim das contas. A apresentação da técnica num momento de pura tensão (algo raro em Dragon Ball Super) é dotada de uma condução que vale por todo o episódio e a luta subsequente contra a muralha chamada Jiren empolga com naturalidade.

Cabelo platinado 


Eu dei minhas razões para implicar antecipadamente com esse detalhe do power up que Goku sofre no episódio 129 na postagem que você pode ler aqui. Ela sintetiza todo esse tópico, mas gostaria de fazer uma consideraçãozinha não exatamente negativa a respeito do Instinto Superior Aperfeiçoado: Na prática, até que se saiu notoriamente bem na luta definitiva contra Jiren em seu máximo poder, apesar, como bem falo na postagem linkada, do recolorimento ser extremamente desnecessário.

Androide 17 


O que dizer da participação desse cara no torneio? Faltam palavras para elogiar as performances de 17 que de longe é um dos personagens que receberam o devido bom tratamento. Vários foram os golpes de sorte do androide que você pode dizer com toda certeza que ele realmente arrasou. Não é superestimação, é o que eu sinto de verdade pelo que eu vi, a satisfação imensa de assistir a um personagem que há tempos esteve sumido e praticamente esquecido na obra receber na sua volta à franquia animada um desenvolvimento extremamente positivo. Mas por trás de todo esse desfilar de gloriosidade existe uma questão em pendência que não posso ignorar: Que baita treinamento foi esse na ilha para aumentar suas forças de modo que rivalize até mesmo com um Super Saiyajin Blue contido sem lutar a sério? Ás vezes eu não sei se sou que não faz bons julgamentos dos níveis de poderes ou o próprio Super força esse tipo de coisa por não saber balancear corretamente. Contudo, 17 provou seu valor como a cereja do bolo no clímax do arco sendo responsável pelo desejo às Super Esferas do Dragão, desejo este tido como uma obviedade desde o início. O guerreiro que aparentemente mostrava-se egoísta e indiferente (nunca em sã consciência eu desejaria UM BARCO como prêmio de uma competição onde a sua existência está em risco!) abriu seu coração no momento mais importante do final do torneio pedindo ao Super Shenlong a restauração dos universos apagados (os apagados no torneio, não foi dito nada referente aos outros cinco que Zen'oh deletou antes) como se não bastasse os feito anteriores de puro brilhantismo para que justificasse o nosso respeito por ele.

Episódio 119

Nessa altura do campeonato, o roteiro dá uma escorregada grosseira não proporcionando uma boa visão do que poderia ser um combate contra alguns membros do time do Universo 04 (cujo Deus da Destruição, o Kitela, tem uma rivalidade nada surpreendente com Bills, além da risadinha legal), membros estes que deram trabalho de certa forma. Eles foram: Damon, um insetinho com a força de um homem de estatura alta que acreditava-se ser o verdadeiro inimigo invisível e Gamisarasu o real oponente que cumpre o papel mencionado mas que pouco representou algum perigo (e nem teve sua aparência revelada porque a Toei Muquiranation não quis gastar recurso com design teoricamente). O problema reside na condução desse enredo quanto aos guerreiros do Universo 07. O que deu nessa gente para ficar praticamente o episódio inteiro na merda da borda da arena? Até Vegeta correu risco, levando uma rasteira das boas e quase sendo derrubado. O ponto alto do sofrimento de narrativa que foi o episódio acabou por ser a eliminação mais estúpida desse torneio: Piccolo. A mente mais estratégica do time pateticamente eliminada. Digo mais nada.

Trilha sonora + Lutas 

Uma das maiores gratas surpresas do arco em geral foi o salto de qualidade nítido em relação às Soundtracks, principalmente nas lutas mais relevantes da competição (nem preciso tecer muitos elogios para minha favorita que é o tema do Instinto Superior). O que era Dragon Ball Super no seu início meio capenguinha? Isso mesmo, um anime que carecia seriamente de trilhas envolventes que fizessem o espectador vibrar em cada luta de grande impacto. E essa evolução teve início lá na saga de Goku Black e gradualmente (assim como a própria qualidade de animação) tornou-se orgânica. Sobre as lutas, é bem no estilo que Dragon Ball Super padronizou em si mesmo: lutas com trocações de socos ágeis e disparos de ki blasts com alto poder destrutivo. Apesar do uso abusivo da "câmera" tremida (pertinente aos instantes em que o aumento de poder é evidenciado) e daqueles negocinhos amarelos que piscam na tela toda vez que alguém está socando (naquelas trocações em que os personagens ficam tipo "tatatatatatata" - deu pra entender né?), a coreografia dos combates (de uma grande parte deles, aliás) fez jus ao nível representativo do torneio com intensidade elevada.

Gohan 


O mestiço não foi essa tremenda decepção do torneio que muitos acreditam ter sido (na época virou até modinha ficar de implicância com o personagem) mas também, claro, não foi nenhuma promessa que realmente fizesse uma enorme diferença no status da equipe. Há um texto que escrevi no período que o personagem foi eliminado (numa luta conjunta com Freeza para derrubar Dyspo do Universo 11) e que diz tudo a ser dito nesse tópico, pode conferi-lo clicando aqui.

O final (Nunca é um Adeus!)

O desfecho de Dragon Ball Super contou com uma boa variedade de ótimos momentos emocionantes e com ose não bastasse o destaque justo ao androide 17, tivemos uma cena final de fazer marejar os olhos de qualquer fã inveterado. Olhe essa referência e apenas sinta:


Exatamente o que eu desejei recentemente (certamente não apenas eu): Goku e Vegeta num novo enfrentamento (mesmo que um simples treino). O diálogo final não dá uma sensação "estaca zero" com Vegeta novamente querendo mover mundos e fundos para superar seu rival. Na verdade, o que chamou mais atenção não é nem isso (é de praxe, Vegeta foi humanizado, não quer dizer que isso apagou seu maior anseio como saiyajin), mas sim Goku afirmar que não consegue ativar o Instinto Superior, provando aí que nosso protagonista ainda tem que ralar muito para dominar a técnica em toda a sua plenitude (o que foi visto no clímax do torneio não passou de um sopro no calor da batalha). É nesse final com várias reticências dentre vários núcleos que Dragon Ball Super encerrou (talvez temporariamente, talvez pra sempre) a sua jornada, definitivamente terminando muito melhor do que começou e o esforço da equipe em tornar real esse avanço de qualidade deve ser reconhecido.

Considerações finais: 

De toda forma, a Sobrevivência do Universo lapidou-se como o ápice não somente de Super mas de todo o Dragon Ball com o torneio supremo e que extrai muito da essência de battle shounen que o anime sabe beber e se embriagar como nenhum outro (na minha humilde opinião), embora no meio de tantos acertos e erros (saudades sensação de perigo), o que jamais deixará de ser uma constante. Eu enxergo tal arco como um singelo pedido de desculpas e uma compensação mais do que significante às presepadas anteriores. Dragon Ball Super, você está decididamente perdoado.

PS1: Toppo é um personagem que eu simpatizo, passou pelo Torneio de Exibição Zen taxando o Goku de vilão, chegou no Torneio do Poder arrotando o tempo inteiro o papo de lutar pela justiça (lema da Tropa do Orgulho, por sinal), desistiu de posar como super-herói levando em conta apenas a sobrevivência e quando o desespero apertou de verdade ele "rasga a constituição" e toca o foda-se para tudo e até mesmo para as regras querendo meter esfolar todo mundo. Resultado: Aprendeu uma lição com Vegeta sobre lutar por aqueles com quem se importa, rebatendo com a garra de saiyajin toda a visão deturpada que Toppo adquiriu impulsionado pelo desespero e que consequentemente o fez contradizer seus princípios. Jiren cometeu esse mesmo erro e seu caso é bem mais complexo. O cinzento perdeu a fé na humanidade após a morte do seu mestre e o abandono de seus amigos, é uma reação compreensível, mas a partir do momento que a supervalorização do poder infla seu ego e você não se dá ao trabalho de corrigir essa falha no caráter e insiste não perceber que ela decorreu do seu trauma de infância, aí realmente temos um problema. No ápice, Jiren provou ser o contraponto à altura do ideal de Goku que sabiamente contrariou as ideologias do adversário prepotente e que com a ressurreição do Universo 11 felizmente compreendeu os valores de se ter aliados.

PS2: Pegando esse gancho da restauração dos universos, achei muito bacana no momento do desejo os Zeninhos concederem ao 17 a pedir qualquer coisa, quando na verdade era proibido fazer um desejo de caráter egoísta (como um cruzeiro luxuoso para viajar com a família, por exemplo...) e que se ocorresse macularia com o resto dos universos, inclusive o vencedor. Resumo da ópera: Restaurar os universos já era algo em mente tanto em Daishinkan quanto nos Zen'ohs que se divertiram apesar da natureza sádica e extrema que gira em torno da concepção do torneio.

PS3: A complacência de Bills no final foi um tanto curiosa. A ideia de ressuscitar Freeza partiu diretamente dele segundo Whis que sumiu com a auréola do imperador num toque de seu cetro. Tivemos um gancho cretino com Freeza liderando um outro exército (devem haver uma penca deles espalhados pelo universo, não duvido) e como promessa é dívida ele se mostra disposto a voltar para o crime. Alguém além do Goku foi tão ingênuo quanto para acreditar que a vitória no Torneio do Poder viria com uma redenção de Freeza como brinde?

PS4: Piores eliminações: Kuririn, Tenshinhan e Piccolo. Melhores lutas: Hit vs. Jiren, Goku vs. Jiren (round 1), Goku vs. Caulifla e Kale (e posteriormente Kefla), Goku, Freeza, 17, Vegeta e Gohan vs. Aniraza, Vegeta vs. Toppo Hakaishin, Freeza vs. Toppo Hakaishin ("O lixo volta para o lixo né?"), Goku vs. Jiren (round 2), Goku, Freeza e 17 vs. Jiren.

PS5: Que pena deu do Kaioshin do Universo 9 (por mais chato que seja e aparentando se portar como Deus da Destruição melhor que o próprio Deus da Destruição, o inseguro Sidra) na hora da eliminação total, chamando Zen'oh como se clamasse por misericórdia. Fora isso, o modo de retratar o apagamento dos universo não dá sensação que todos ali deixam de existir e sim que foram teletransportados. Poderia ser como o Thanos fez com o Homem-Aranha em Guerra Infinita com direito a flutuar no ar enquanto desaparece pedacinho por pedacinho.

PS6: Deuses dos universos participantes (tirando Bills e Champa) em ordem da favoritismo: Belmod, Mosco, Heles, Sidra, Ramush e Kitela.

PS7: A frase mais repetida no torneio: "Baixou a guarda!"

NOTA: 8,0 - BOM

Veria de novo? Sim. 

Abaixo estão algumas postagens que servem de complemento à review:

Uma segunda chance para Boo 

Mestre Kame calou a boca dos que duvidaram de sua experiência

Jiren e o problema de Dragon Ball Super com níveis de poder 

Super Saiyajin 3 no Tonreio do Poder é mais instantâneo que miojo 

Como eu gostaria que Dragon Ball Super acabasse no Torneio do Poder 

O protagonismo de Goku é um problema? 

Androide 17 vivo! Incoerência ou estratégia? 

Jiren ataca a plateia no Torneio do Poder! Ele merecia punição?

A equipe mais sinérgica e surpreendente do Torneio do Poder 


*As imagens acima são propriedades de seu respectivo autor (Toei Animation) e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: https://jovemnerd.com.br/nerdbunker/dragon-ball-super-fas-podem-ter-descoberto-ordem-de-eliminacao-universo-7-no-torneio/
                                     https://www.tumblr.com/search/goku%20vs%20krillin
                                https://ribriannedbs.tumblr.com/page/4
                                     http://pt-br.dragonball.wikia.com/wiki/Caulifla
                                     https://www.einerd.com.br/dragon-ball-super-seria-freeza-o-ultimo-adversario-no-torneio-do-poder/
                                     https://aminoapps.com/c/dragonballoficial/page/item/instinto-superior/J8bd_aLZtMIwwZZ60bEreX37Xk6JQxVoK2P
                                     https://www.pinterest.pt/pin/610167449488472962
                                     https://jerimumgeek.oportaln10.com.br/dragon-ball-super-funcao-do-android-17-no-torneio-do-poder-24254/
                                     https://aminoapps.com/c/dragonballoficial/page/blog/gohan-foi-inutil-no-torneio-do-poder-revisando/5Bkr_bDNiVuPz2egZXenRQKGwoaMl2kYxGN
                                      https://4gnews.pt/dragon-ball-super-final-goku-vegeta/

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