Crítica - Procurando Dory


A merecida e tardia aventura (também como spin-off) da carismática ex-coadjuvante.

AVISO:  A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Até porque não faria o mínimo sentido rolar uma sequência chamada Procurando Nemo 2 e a evidente solução para agradar aqueles que clamavam por um segundo filme com eventos posteriores ao original (que eu gosto bastante) que fez um enorme sucesso no longínquo ano de 2003, apresentando uma história simples de um pequeno peixe-palhaço que se perde do seu pai, foi dar carta branca de protagonismo à personagem coadjuvante que já tinha dito a que veio em sua estreia. Essa é a história de Dory, a peixinha com problema de perda de memória recente, que em 2016, mais de 10 anos depois, surge para aprofundar as suas particularidades num filme para chamar de seu e somente seu e que gira em torno dela sem adicionar nem tirar nada desnecessariamente.

Pra falar a verdade, o único problema que tive com esse filme foi assisti-lo num site gratuito com player travando a cada 30 segundos (e a minha internet também dava aquele empurrãozinho, aí já viu né...) porque sou pobre e não posso pagar uma Netflix da vida. Voltando ao filme precisamente, temos uma aventura que em certos momentos consegue emular uma atmosfera do nível de Toy Story, algo que comprovadamente tem êxito na intenção de prender a atenção, eu pude detectar isso com muita facilidade no segundo e, principalmente, no terceiro ato que executa um desvio que, contudo, não compromete a proposta da trama (no primeiro e segundo atos é literalmente Procurando Dory e no clímax as coisas meio que se transformam numa jornada perigosa - e divertida - para levar os peixes da Quarentena de volta ao habitat natural e anteriormente à isso um pequeno eco de Procurando Nemo só que não abandonando o destaque da sua protagonista em nenhum instante).

Marlin e Nemo estão aqui, devidamente, como coadjuvantes funcionais. Praticamente nada está fora da curva, a não ser pela desviada de foco do terceiro ato que antecipadamente soluciona a trama geral e emprega destaque à uma sub-trama que permite o tom aventureiro e próprio a ser desenrolado, o que não demora tanto. A centralidade de Dory mantém-se inabalável em todo o filme, embora ela não seja a única personagem a ser digna de simpatia, pois ela, no limiar dessa busca irrefreável pelos seus pais, faz um parceiro, o rabugento polvo de sete pernas Hank. À medida que tudo se segue, se cria vontade desse carinha, de suma importância para o resgate, integrar o "team Nemo" (o que previsível e felizmente acontece e o personagem forja um vínculo interessante com Dory no decorrer, com direito à falsa despedida que é para dar aquele toque emocional na relação).

A simplicidade e a leveza tornam-se a alma do longa. Dory tinha pais super-protetores, tal como Marlin é para Nemo, com a diferença de que se perdeu deles antes dos eventos do primeiro filme e sua maior fraqueza, a perda de memória súbita, colaborou para a distância se alargar mais com o passar do tempo. Há muito sentimentalismo ali reservado e bem explorado. O engraçado é que no antecessor Marlin e Dory formavam uma dupla relativamente sinérgica à procura de Nemo, enquanto neste Dory é a ser resgatada por Marlin e Nemo ao mesmo tempo em que procura seus pais.

Do resto, não há muito o que comentar. Os personagens de apoio funcionam (como aqueles dois - não contando o Geraldo - leões-marinhos que dão uma ajudinha a Marlin e Nemo) e diferentemente do anterior, os humanos não assumem nenhum espaço de destaque que seja comparável à Darla e aquele dentista que possui o aquário com os personagens adoráveis que desejam voltar ao seus lares (eles fazem uma ponta divertidamente cômica na cena pós-créditos). A condução de tudo tem segurança, diria que até mais firmeza que a aventura concentrada em Nemo, porque Dory está incluída e afincadamente envolvida e quando isso acontece é difícil os desdobramentos ficarem à margem da mais pura diversão, não importando se é em terra firme, em aquários ou no fundo do mar.

Considerações finais: 

Procurando Dory se apresenta digno de ser considerado como a melhor sequência de um filme da Disney-Pixar desde Toy Story 3 (ou a segunda melhor, caso os Incríveis 2 realmente valha a pena e mostre-se superior). É de sensibilizar (pela mini-Dory) e, claro, de fazer dar umas risadas com algumas situações. E com o drama pessoal de Dory, o título do filme passa a ganhar outro sentido, pois ela, antes de tudo, ainda que não perceba muito conscientemente, está numa busca para encontrar a si mesma de modo que possa conviver bem com os amigos superando o empecilho da amnésia apesar disso se provar árduo. Muito longe de estimular alguém a desejar ter "memória de peixe" após o término, é simplesmente inesquecível como sequência e spin-off que fecha o universo de Nemo de maneira satisfatória.

PS1: Hank tinha certa aura de vilão quando conhece a Dory, eu realmente pensei que ele fosse passar a perna nela em algum momento e não sei dizer se seria um plot twist eficiente ou não.

PS2: E que falta o tubarão Bruce fez. No mínimo, poderia realizar uma aparição-surpresa no desfecho ou numa segunda cena pós-créditos, mas caiu no esquecimento (dos roteiristas).

PS3: Mais alguém sobrou para se perder num próximo filme? Ah, não terá mais, então esquece essa merda (e seria uma merda mesmo se forçassem a barra para um novo Procurando [insira aqui algum personagem que teve carisma igualável ao de Dory para merecer um filme solo]).

NOTA: 9,0 - ÓTIMO 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://www.papelpop.com/2016/07/procurando-dory-ultrapassa-capitao-america-e-e-maior-bilheteria-de-2016-nos-eua/

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