Crítica - O Reino do Superman


É a farra dos usurpadores.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Para adaptar direitinho o célebre arco da Morte do Superman para o audiovisual (entenda isso como uma indireta à Batman VS. Superman) tiveram de partir a história em duas e o capítulo final fora lançado em 10 de Janeiro deste ano, o qual tem como missão apresentar a volta por cima do herói após uma derrota humilhante contra a besta kriptoniana Apocalipse (ainda que a mesma tenha se ferrado no desfecho da batalha, tendo o pescoço quebrado), mas para toda grande vitória é necessário um grande sacrifício. A dor de toda a cidade de Metropolis pela perda fatal não é nada comparada a de Lois Lane. Mas nada como um mistério atiçante envolvendo seu amado Clark Kent que possa faze-la voltar à ativa como uma repórter investigativa de mão cheia que é. Para suprir a ausência do azulão, quatro "Supermens" surgem de inesperado combatendo o crime aos seus respectivos modos, porém não passam de embustes que plantam dúvidas na sociedade referente a uma possível ressurreição do herói e é gerado um clima de especulação sobre qual deles é o real Superman vivinho e de volta dos mortos. Obviamente que Lex Luthor não perderia a chance de tirar uma casquinha pra se auto-promover enquanto exibe seu garoto-propaganda, o Superboy (nada mais é do que um clone, algo que não demora a ser desvendado pelo afiado senso de investigação de Lois Lane). Um dos pontos altos de fato é o confronto entre as quatro versões (Erradicador, Aço, Superman Cyborg e Superboy). E a Liga da Justiça com a participação minguada acabou beneficiando o que no anterior foi quase prejudicado - por conta do destaque exclusivo do Superman estar ameaçado.

Esta segunda parte consegue expor uma leve melhora em relação ao enredo da antecessora, mas não algo tão intrincado ou repleto de camadas e se assim fosse a duração de uma hora e meia, praticamente um padrão das animações da DC (o que por um lado ajuda na classificação de "episódio alongado"), não seria de todo suficiente e está bom do jeito que foi estruturado. Lois se une à John Henry Irons (alter-ego civil do Aço) para investigar o Superman Cyborg, descobrindo uma ligação com o casal Henshaw - a esposa morta numa tragédia com o ônibus espacial Exacalibur - e logicamente que nessa parceria a identidade secreta do rapaz não permaneceria como tal por muito tempo (e até imagino que foi fácil demais, o que se justifica pela inexperiência de Irons, afinal o cara tornou-se herói "ontem"). A identidade verdadeira de Superman Cyborg é ninguém menos que Hank Henshaw (personagem trabalhado de maneira porca na série da Supergirl x_x) e ao longo do caminho sua posição de antagonista principal vai tomando forma e ficando mais evidente, principalmente no estopim que é sua ligação mental com Darkseid, planejando dar o troco na Liga (que foi mandada pra outra dimensão numa luta contra parademônios no evento de lançamento da nova Torre de Vigilância da Liga da Justiça, uma tacada certeira para diminuir o espaço deles), o movendo a uma iniciativa demagoga de tornar civis em "Supers" com tecnologica de Apokolips, sob o discurso de que as pessoas podem ser capazes de proteger a si mesmas na falta de um protetor independente e super-poderoso (o filme inicia com um debate televisivo sobre tal questão bastante pertinente ao contexto). Os voluntários então transformam-se basicamente em seres robotizados e escravizados pela tecnologia ao caírem na conversa fiada.

Nenhum impacto é sentido pela reaparição do verdadeiro Superman pra quem já viu a animação de 2007 e leu a história original em quadrinhos. Porém, o retorno triunfal rende um duelo empolgante, a princípio desnivelado e injusto (por conta do Superman não estar com forças 100% recarregadas), na Torre de Vigilância e se não fosse graças a Lois, nosso herói teria partido dessa pra melhor (de novo - tecnicamente não, mas é como se ele tivesse nascido outra vez). O engraçado é ver a decepção do Darkseid pela traição de Henshaw que se deixou levar pelo egoísmo e arruinou a invasão do soberano de Apokolips para ele mesmo dar cabo do Superman por sentimento de abandono relacionado ao desastre que custou a vida da sua esposa (Terri Henshaw). Embora o traço de animação pouco corresponda ao que um longa deve vir a entregar, o reerguer de uma lenda heroica como Superman satisfaz o espectador que aprecia suas valorosas jornadas.

Considerações finais:

O Reino do Superman é o ápice dessa grande história de morte e renascimento, felizmente nada anti-climática. Os diálogos podiam estar melhores, mas o que vale mesmo é ver o Superman chegar destemido reivindicando o posto que lhe pertence. Por mais que os "homenageadores" mostrem-se competentes, o único e verdadeiro é absolutamente insubstituível.

PS1: Ri muito na parte que o Irons, na maior hipocrisia, critica o Erradicador (a versão provinda da Fortaleza da Solidão) de sair por aí com uma capa e bancando o Superman.

PS2: Bem lindo de ver o casal Kent reencontrando a felicidade de cuidar de um pivete com superpoderes.

PS3: Lex Luthor integrado na Liga... isso dará altas tretas (já quero a continuação com a equipe indo pra Apokolips arregaçar com Darkseid). Espero que Luthor comporte-se como um bom menino (claro que por enquanto heheh).

NOTA: 8,5 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://www.infoanimation.com.br/2019/01/assista-ao-novo-teaser-de-o-reino-de.html

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