Crítica - Pokémon: O Poder de Todos


Muitas histórias reunidas e ao mesmo tempo nenhuma.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Dando sequência à linha paralela de filmes que serve de reboot à série principal, o 21º longa-metragem da franquia resgata um pokémon lendário muito bem quisto pelos fãs para dar algum sentido à trama que desta vez conta com um grupo de cinco personagens que se destacam ao passo que seus caminhos vão se cruzando. E o Ash... bem, o nosso persistente treinador é meio que deixado ao escanteio em determinados momentos, conseguindo adquirir um traço expressivo de coadjuvação. O enredo não disfarça a sua priorização ao quinteto principal composto por uma treinadora iniciante (Lisa), um mitomaníaco (Kagachi), uma velha que repudia pokémons (Hisui), um cientista tímido e pouco auto-confiante (Trito) e a filha do prefeito (Margaret) da cidade de Fula que todo ano organiza um festival sob a crença de que Lugia, no último dia do evento, agraciará a população com o vento que abastece a energia da cidade. Mas obviamente nem tudo transcorre bem.

De forma natural as relações e conexões entre os personagens vão sendo costuradas até todos estarem alinhados a uma causa em comum desencadeada acidentalmente. Só que arrastaram demais o primeiro ato pra estabelecer os personagens centrais da aventura, o que por outro lado beneficiou seus desenvolvimentos. O festival sofre umas sabotagens e ao longo dos meados vai criando-se um mistério, que chega a lembrar um pouquinho Scooby-Doo, sobre qual seria o suspeito nº1 (Kagachi ou a Equipe Rocket) e o culpado inesperado é ninguém menos que a própria filha do prefeito Oliver, Margaret, que roubou a chama sagrada (o nome é puramente simbólico), objeto essencial para a manutenção da energia, para proteger o lendário secundário do filme, o inédito Zeraora - e seu design inspirado que expressa uma personalidade selvagem -, das mãos de possíveis capturadores mal-intencionados como retribuição a um salvamento. A garota ingênua achou que roubando a chama sagrada levaria ao cancelamento do festival e Zeraora ficaria livre de perigos, mas esse nem é de longe o maior problema. Aliás, o maior problema aos personagens assim como também do filme.

A Equipe Rocket finalmente teve um papel relevante para ocasionar alguma movimentação e espantar um pouco do tédio e da sensação de inércia, a narrativa precisava acionar um motor potente e não tiveram escolha a não ser conferir isso ao trio de paspalhos fracassados. Jessie, James e Meowth roubam um experimento, o esporo de efeito, de Trito e aproveitam a apresentação do cientista (imagino que qualquer pessoa com pavor de discursar em público vá tirar uma identificação) para efetuarem o crime. Mas os desleixados perdem a cápsula com o esporo no meio da floresta e o vidro frágil rompe-se gerando uma explosão que alastra para a cidade ameaçando envenenar todo mundo. Essa é a grande problemática do filme, pois Zeraora e seu ódio pelos humanos (síndrome de Mewtwo!), que complementa a experiência relatada por Margaret e que foi revelado pelo prefeito numa história pra lá de mal-contada de tão rasa, não dá conta de segurar as pontas ou ser o carro-chefe temático digno de um clímax empolgante e que com certeza não se sustentaria sozinho já que amansar a fera não foi das tarefas mais complicadas. O design de produção do estúdio deu uma agradável roupagem nova, embora nada que faça uma grande diferença para deixarmos o argumento em segundo plano e ficarmos na contemplação.

Considerações finais: 

Pokémon: O Poder de Todos (Power of Us ou Everyone's Story) não rende bons elementos que cativem ou fascinem, no sentido de manter a atração do espectador, tanto quanto a série normalmente esteve sempre disposta a fazer. Criaram um marketing em cima de Lugia para só nos 45 do segundo tempo aparecer dando um olá e um aceno e ir embora, sem ter nenhuma importância ativa na história que, apesar dos bons personagens com seus devidos conflitos individuais bem explorados, se reduziu a um mero "um por todos e todos por um" para uma resolução parca de grandiosidade.

PS1: Me dava pena da sobrinha do Kagachi caindo nas lorotas do tio picareta. Não era o Sudowoodo que precisa dele, mas o inverso.

PS2: O otimismo do Ash é irritante pra cacete. Que papo é esse de "Poder Pokémon"??? Nessa hora, pra encorajar o quinteto, ele estava um tanto bobalhão. E pra completar tem a dublagem do Charles Emanuel que ora parecia forçar um tom juvenil, ora soava fora do tom mais aproximadamente certo. Não sei, é uma dublagem cheia de altos e baixos, não tenho uma opinião totalmente formada ainda, só sei que dá saudades amargas da voz do Fábio Lucindo, apenas isso.

PS3: E o filme seguinte é em CG/3D... Expectativas nulas pelo assombro de um pesadelo chamado "Lenda do Santuário".

NOTA: 6,0 - REGULAR

Veria de novo? Provavelmente não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://www.infoanimation.com.br/2018/07/pokemon-o-filme-o-poder-de-todos-ganha.html

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